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Com cobertura vacinal inferior ao esperado, há risco de reintrodução do vírus da poliomielite

Com cobertura vacinal inferior ao esperado, há risco de reintrodução do vírus da poliomielite
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O Brasil vem travando uma nova luta para atingir níveis satisfatórios da vacinação contra poliomielite. Em matéria publicada pelo Ministério da Saúde em meados de setembro, a cobertura vacinal das crianças entre um e cinco anos estava em 52% e a meta é alcançar 95%. A baixa adesão motivou, por parte da pasta, a ampliação das campanhas nas cidades.

A preocupação é compreensível. O país não detecta casos de poliomielite desde 1990 e, em 1994, recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a certificação de área livre da doença. Porém, hoje, a Organização demonstra preocupação com o número de crianças vacinadas no país. De acordo com matéria publicada pela Reuters (2), a OPAS declarou que Brasil, República Dominicana, Haiti e Peru correm risco alto de reintrodução do vírus. Isso porque a cobertura está muito abaixo do que era obtida há 30 anos.

À publicação, Carissa Etienne, diretora da OPAS, declarou que a redução da vacinação geral durante a pandemia de covid-19 deixou muitas crianças desprotegidas. Afirmou, também, que o vírus se propaga rapidamente, principalmente em nações com cobertura vacinal insuficiente. Por fim, enfatizou que “a pólio não é uma doença tratável” e que “a prevenção é a única opção e só é possível com vacinas”.

Ainda em setembro, Nova Iorque, nos EUA, afirmou ter detectado o vírus da poliomielite em amostras de água residuais coletadas em quatro municípios. Outros casos também foram identificados em Londres e Jerusalém, despertando um alerta global sobre a necessidade de reforço vacinal.

No Brasil, também em setembro, um caso foi motivo de preocupação no estado do Pará. A declaração de suspeita de poliomielite em uma criança de três anos chamou a atenção e despertou o receio de que o vírus talvez tivesse voltado ao país. Posteriormente, o Ministério da Saúde (3) explicou o caso que, na verdade, se tratava de Paralisia Flácida Aguda (PFA) supostamente atribuível à vacina VOP por uma falha no cronograma vacinal do paciente.

A vacina inativada poliomielite (VIP) deve ser administrada inicialmente para, somente depois, ser administrada a VOP que, em geral, é bem tolerada e muito raramente está associada a algum evento adverso grave. Como forma de tranquilizar os pais e responsáveis, o Ministério da Saúde reforçou que o risco de PFA com a VIP é muito raro e que, quando esse imunizante é aplicado como reforço após o esquema básico com a vacina VIP, torna-se praticamente nulo.

 

Referências:

(1) Brasil atinge 52% de cobertura vacinal contra a poliomielite; entenda a importância da vacinação

(2) PAHO says Brazil, Dominican Republic, Haiti, Peru at very high risk for polio as vaccination dwindles

(3) Esclarecimento do Ministério da Saúde sobre notificação de caso supeito de poliomielite no Pará

 

 

 

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