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Combinação de fatores de risco aumenta chance de lesão por pressão

Combinação de fatores de risco aumenta chance de lesão por pressão
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Enfermeira formada pela USP acredita que colocar em prática as diretrizes de lesão por pressão pode prevenir maioria das ocorrências

A maioria das lesões por pressão ocorre na primeira semana de internação, podendo ser prevenidas com qualidade na assistência. É o que acredita a Dra. Maria Helena Larcher Caliri, docente aposentada do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada, da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, da USP.

Em entrevista exclusiva ao Portal IBSP, Maria Helena Larcher Caliri ressalta que a qualidade na assistência está aliada à aderência às diretrizes e aos protocolos.

IBSP – As lesões por pressão podem ser consideradas uma consequência comum, resultante da longa permanência em hospitais?
Maria Helena Larcher Caliri – As lesões por pressão (LP) são comuns em pacientes com limitação de mobilidade e são resultantes da permanência prolongada do indivíduo em uma mesma posição. No entanto, as lesões podem se desenvolver em curto período de tempo. Pesquisas indicam que, na maioria dos pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva que desenvolveu úlceras, as lesões ocorreram na primeira semana de internação.

IBSP – As lesões podem ser prevenidas com qualidade na assistência?
Maria Helena – Embora a ocorrência seja frequente, a maioria das lesões pode ser prevenida. As lesões não seriam tão frequentes se as intervenções recomendadas nas diretrizes para a prevenção fossem colocadas em prática nas instituições.

IBSP – A ocorrência de lesões cutâneas aumenta proporcionalmente com a combinação de fatores de riscos, dentre eles a idade avançada e a imobilidade no leito?
Maria Helena – As lesões por pressão podem se apresentar como lesão cutânea (aberta) em diferentes categorias (1 a 4) e também por pele íntegra com lesão tissular profunda. A evolução de categoria 1 para 2, 3 ou 4 ou lesão tissular profunda para categoria 3 ou 4, pode ocorrer com a combinação dos fatores de risco (idade avançada, imobilidade, deficit do estado nutricional, aumento da umidade da pele e força de fricção e cisalhamento). O número de lesões na mesma pessoa pode aumentar em decorrência do aumento dos fatores de risco e do tempo de doença ou agravo.

IBSP – Em relação a protocolos e diretrizes, o que pode ressaltar? Quais as boas práticas?
Maria Helena – Diretrizes fornecem recomendações e evidências que dão suporte para as ações dos profissionais e podem servir de referência para a construção de protocolos institucionais adaptados às condições locais. Na atualidade, o Guia de Referencia Rapida do NPUAP, EPUAP, PPPIA (2014) fornece o embasamento para a prática de prevenção e tratamento da lesão por pressão.

IBSP – Quais os pontos de atenção?
Maria Helena – Os pontos críticos para a prevenção da lesão por pressão no Brasil estão associados à dificuldade de disseminação de informações atualizadas para profissionais em instituições de menor porte, para profissionais que não frequentam eventos científicos e não leem publicações em revistas especializadas.

IBSP – A lesão por pressão pode ser considerada falta de qualidade na assistência?
Maria Helena – A lesão por pressão é um indicador de qualidade (negativo) associado à omissão do cuidado. Assim, as instituições que prezam pela qualidade têm investido na educação dos profissionais e nos equipamentos e materiais necessários para a prevenção.

O Ministério da Saúde, com o Programa Nacional de Segurança do Paciente, instituído com o objetivo de contribuir para a qualificação do cuidado em saúde, apresentou um protocolo preliminar de prevenção de lesão por pressão. Entretanto, dada à grandeza do País, não se conhece ainda o impacto obtido no controle da ocorrência deste agravo nos serviços de saúde.

Docentes e alunos da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, desde 1996, têm desenvolvidos pesquisas e materiais educativos para colaborar com a prevenção e o tratamento da lesão por pressão, divulgando as melhores evidências para estudantes, profissionais, pacientes e familiares através de um site.

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