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Como controlar e reconciliar medicamentos em ambiente hospitalar

Como controlar e reconciliar medicamentos em ambiente hospitalar
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Prescrição e administração dos medicamentos ainda são um dos grandes desafios dos hospitais

 

 Por Paulo Henrique de Oliveira*

 Paracelcius já dizia que: medicamentos e veneno só são diferenciados pela dosagem. Por este e outros pontos que podemos entender a importância de se controlar as medicações de um paciente. Uma situação corriqueira em ambiente hospitalar é a de um paciente que consegue uma caixa cheia de comprimidos.

Poucas são as instituições que demonstram controle efetivo com relação aos medicamentos que os pacientes fazem uso ou trazem de casa. Algo que ainda é pouco realizado pelos hospitais e que podem trazer consequências sérias aos pacientes. O dia a dia tem mostrado que, durante uma consulta médica ou mesmo durante uma internação, tanto o profissional de enfermagem quanto os médicos costumam questionar o paciente se o mesmo faz uso de algum medicamento continuamente, porém quase nunca essa informação é utilizada durante o planejamento de sua assistência.

Protocolo de farmácia
Todas as instituições deveriam ter um protocolo ou uma rotina padronizada para identificar e atender os pacientes com polifarmácia no momento de sua internação, visto que isso pode ter uma interferência direta no  tratamento e na recuperação do doente. É comum identificarmos pacientes internados que, além de ter suas doses diárias de medicamentos prescritas e administradas, se equivocam com o uso dos mesmos medicamentos que tomavam em casa. Detalhe: quase sempre estes medicamentos não estão prescritos.

Quem orientou o paciente ou o acompanhante quanto à continuidade no uso dos medicamentos? Será que o paciente deve dar continuidade no uso?

Situações como esta devem ser tratadas com o maior cuidado pela equipe de cuidado multidisciplinar. Primeiramente, se o paciente trouxe a medicação de casa, essa deverá ser avaliada por um profissional farmacêutico, que poderá identificar as condições do medicamento e, posteriormente, interagir com o médico e definir se continuará ou não fazendo uso daquela medicação. É uma boa prática que o paciente utilize o medicamento da instituição, porém isso nem sempre é possível.

É importante que, independentemente se do paciente ou do hospital, as medicações não fiquem em poder do paciente ou familiar. Isso pode ter sérias consequências.

Verdadeiro cuidado multidisciplinar
A prática de conciliar e reconciliar os medicamentos deve ser realizada em três momentos durante o cuidado: na admissão, na transferência de cuidado e na alta do paciente. Isso pode evitar cancelamentos de cirurgia, diminuir reinternação, diminuir tempo de permanência e, principalmente, dar a garantia de um cuidado adequado para cada paciente. Não é a toa que, por exemplo, a acreditação canadense coloca a conciliação e reconciliação como uma prática organizacional obrigatória e de envolvimento multidisciplinar.

* Paulo Henrique de Oliveira é diretor técnico da JIO Treinamentos

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