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Controle da glicemia evita mortes e melhora o desfecho clínico em hospitalizados

Controle da glicemia evita mortes e melhora o desfecho clínico em hospitalizados
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Especialista explica a importância de evitar a hiperglicemia hospitalar em pacientes não-diabéticos

 

Limitar o controle de índice glicêmico apenas a pacientes diabéticos é um fator de risco preocupante durante a internação. Alguns profissionais negligenciam essa prática em indivíduos que nunca tenham apresentado disfunção na produção de insulina, mas isso pode resultar em desfecho clínico desastroso.

“A hiperglicemia hospitalar é definida como: valores de glicemia maiores que 140mg/dL em ambiente hospitalar, independentemente de o paciente ter ou não o diagnóstico conhecido de diabetes mellitus”, explica Dr. Marcos Tadashi Kakitani Toyoshima, médico, chefe do ambulatório de diabetes do HC-FMUSP e da Unidade de Diabetes do Serviço de Endocrinologia e Metabologia do HC-FMUSP. “A associação de hiperglicemia hospitalar com piores desfechos clínicos hospitalares já é bem conhecida: maior tempo de hospitalização, infecção, necessidade de hospitalização em unidades de terapia intensiva e até mortalidade. Desta forma, o bom controle glicêmico ajuda na melhora os resultados clínicos imediatos e tardios dos pacientes”, completa.

Apesar dos muitos estudos apresentarem evidências sólidas dos benefícios do controle glicêmico hospitalar, o controle glicêmico ainda permanece deficiente e negligenciado nos hospitais. De acordo com o médico, alguns profissionais não dão a atenção devida à prática. “Há uma tendência de muitos médicos em tratar especificamente a causa principal da hospitalização e menosprezar ou até negligenciar o controle glicêmico. Muitos médicos consideram complexo o cálculo de dose de insulina, temem episódios de hipoglicemia e, por consequência, deixam de prescrever ou utilizam doses insuficientes de insulina”, alerta.

Valores e metodologia
De acordo com o médico, para a maior parte dos pacientes não críticos, recomendam-se valores de glicemia de jejum entre 100 e 140mg/dL e menores que 180mg/dL, se solicitados ao acaso. Para os pacientes internados em unidades de terapia intensiva, recomenda-se manter valores de glicemia entre 140 e 180mg/dL.

Para o controle, Sociedade Americana de Endocrinologia e Metabologia e a Sociedade Brasileira de Diabetes orientam medir a glicemia capilar de todos os pacientes que necessitarem hospitalização, independente de terem ou não o diagnóstico conhecido de diabetes mellitus. “Estudos mostram que pacientes sem diabetes mellitus conhecido e que desenvolvem hiperglicemia hospitalar têm índice de mortalidade até maior do que aqueles pacientes com diabetes mellitus conhecido. O exame de hemoglobina glicada solicitado durante a internação pode auxiliar para a definição do status glicêmico do paciente prévio à internação e até auxiliar no plano de alta hospitalar”, conclui.

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