A falta de agilidade para implementar políticas de qualidade e segurança do paciente é o que mais implica em grandes hospitais, como o Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS)
O Hospital Mãe de Deus atua, desde 1979, em Porto Alegre para oferecer soluções em saúde, do diagnóstico ao tratamento, com foco em um atendimento humanizado, seguro e centrado na resolubilidade de cada caso. É o único hospital do Sul do Brasil duplamente certificado, pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e pela Joint Commission International (JCI), contando com 380 leitos, em uma área construída de 55 mil m², com dois mil equipamentos de tecnologia avançada, além de uma equipe multiprofissional e mais de 1.700 médicos credenciados. “O tamanho da operação em um hospital de grande porte é o principal desafio para aplicação prática das políticas de segurança do paciente”, diz Laura Berquó, gerente da Qualidade e Segurança do Hospital Mãe de Deus.
Confira a seguir a entrevista exclusiva de Laura Berquó ao Portal IBSP.
IBSP – Como você enxerga o cenário da segurança do paciente atualmente no Sul do Brasil?
Laura Berquó – É um cenário de constante crescimento. Todos os dias, temos mais e mais instituições se ocupando do tema, seja por questões regulatórias, seja por conscientização da imperiosa necessidade de darmos conta desta problemática.
IBSP – O Hospital Mãe de Deus é o único do Sul com dupla certificação (ONA e Joint Commission). Como a acreditação colaborou para a melhora da qualidade da assistência à saúde na instituição?
Laura Berquó – Participar de processos de certificação e acreditação faz com que as instituições se mobilizem, parem um pouco com as rotinas atribuladas do dia a dia e olhem mais atentamente para os seus processos de trabalho. E neste momento sempre encontramos coisas para melhorar. Somos “forçados a nos permitir” este momento. Talvez se não estivéssemos envolvidos com a acreditação não parássemos para olhar criticamente o que fazemos e quais resultados estamos obtendo.
IBSP – A busca constante por inovação na saúde é o que tornou o hospital ser referência no atendimento médico-hospitalar de alta complexidade?
Laura Berquó – Esta tem sido uma abordagem contínua que vem da direção da instituição: sempre pensarmos se podemos fazer diferente, e melhor! Sim. Creio que faz diferença nos resultados.
IBSP – Quais os principais desafios de implementar as políticas de segurança em um hospital de grande porte?
Laura Berquó – São muitos. A começar pelo tamanho da operação. Hospitais de grande porte sofrem por serem grandes. Tudo requer mais tempo para acontecer porque pede muitos desdobramentos até chegar à linha de frente, que é aonde as coisas acontecem. Pecamos em especial pela falta de agilidade.
IBSP – Conte-nos um pouco sobre o Mãe de Deus ser Planetree. Como isso colabora para o cuidado centrado no paciente?
Laura Berquó – O Planetree é a dimensão da “centralidade no paciente” na sua essência. É um trabalho que levou três anos. Desde 2013, estamos nesta jornada, que em essência é uma “filosofia de atendimento”. Requer mudança de cultura – que leva tempo e requer persistência! Está totalmente alinhada com o que há de mais atual no que se refere à necessidade de engajamento do paciente e da família no cuidado de saúde, no hospital e fora dele.
IBSP – O que tem dado certo em termos de segurança do paciente no Hospital Mãe de Deus?
Laura Berquó – Creio que seja a tomada de consciência da nossa total responsabilidade sobre o que fazemos aqui, e o quanto isto pode fazer a diferença (para o bem ou para o mal) na vida dos nossos pacientes e suas famílias.
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