A cada segundo, uma pessoa morre no mundo por conta de sepse e batalhar pela segurança do paciente passa, impreterivelmente, por apoiar campanhas de prevenção e combate a essa condição clínica de alto risco. Focada nesse propósito, a comunidade de saúde global enfatiza, em 13 de setembro, o Dia Mundial da Sepse.
Segundo a Global Sepsis Alliance (1), até 50 milhões de pessoas sofrem anualmente com a sepse, sendo que cerca de 11 milhões chegam a falecer. Dependendo do país, a mortalidade pode ultrapassar 50%, caso do Brasil onde, segundo dados do Instituto Latino Americano de Sepse, a taxa de mortalidade atinge impressionantes 55%.
Mesmo com números tão impactantes, em alguns países com menor nível de conhecimento em saúde apenas 7% da população têm alguma informação sobre essa síndrome clínica. E é justamente a falta de conhecimento que faz a sepse ser encarada como a principal causa de morte evitável no globo.
Sabendo que fortalecer o conhecimento segue como o principal caminho, campanhas são desenvolvidas por todo o mundo para orientar os envolvidos no ciclo de cuidados. Para os profissionais de saúde, as campanhas focam informações técnicas sobre a sepse e diretrizes sobre como diagnosticar a situação e quais os principais sinais de alerta, principalmente em pacientes do grupo de maior risco de desfecho negativo que envolve crianças com até um ano de idade, adultos com mais de 60 anos, esplenectomizados (pessoas sem o baço); portadoras de doenças crônicas do pulmão, fígado e coração; e aquelas com sistema imunológico enfraquecido em decorrência de outras condições de saúde como é o caso da AIDS e da Diabetes.
O Instituto Latino Americano de Sepse (2), por exemplo, enfatiza que o reconhecimento precoce é fundamental e que a suspeita deve surgir sempre que houver dois sinais de síndrome da resposta inflamatória sistêmica (FC > 90 bpm – FR> 20 rpm – T axilar > 37,8° ou T axilar < 35° – Leucócitos > 12.000 mm3 ou < 4.000 mm3 ou desvio à esquerda) e/ou uma disfunção orgânica clínica (hipotensão, sonolência, confusão, agitação ou coma, SatO2 ≤ 90%, necessidade de O2 ou dispneia, e Diurese < 0,5 mL/kg/h) ou laboratorial (creatinina > 2.0 mg/dL, lactato acima do valor de referência, plaquetas <100.000/mm3 ou INR > 1.5, e bilirrubinas > 2 mg/dL).
O instituto também detalha que o protocolo ideal envolve:
- Coleta de lactato sérico e outros exames para identificar disfunções orgânicas;
- Coleta de culturas de todos os sítios pertinentes e hemoculturas em todos os pacientes;
- Início do antibiótico endovenoso na primeira hora após o diagnóstico;
- Reposição volêmica em pacientes com hipoperfusão;
- Uso de vasopressores se hipotensão grave ou refratária a fluidos;
- Nova mensuração de lactato para pacientes com hiperlactatemia inicial em 2-4 horas;
- Reavaliação frequente do paciente.
Conhecer a doença e suas consequências, baseando as decisões em evidências científicas, é sempre o melhor caminho. Para isso, os pacientes também precisam ser conscientizados sobre o assunto, entendendo o que é a sepse, quem tem mais risco de adquiri-la, como é o diagnóstico, o que fazer quando surgirem sintomas, e quais infecções são mais prováveis de evoluir para sepse.
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Referências:
(2) Instituto Latino Americano de Sepse
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