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Diabetes – É preciso garantir a segurança dos pacientes diabéticos hospitalizados

Diabetes – É preciso garantir a segurança dos pacientes diabéticos hospitalizados
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IBSP: Segurança do Paciente - Diabetes – É preciso garantir a segurança dos pacientes diabéticos hospitalizados

Internações hospitalares são comuns aos pacientes com diabetes mellitus e é indispensável que as equipes de atendimento estejam totalmente preparadas para prestar uma assistência segura e eficaz a cada um desses indivíduos.

Dados da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) mostram que a prevalência de diabetes em pacientes internados varia de 15% a 35%, sendo que a patologia afeta 25% dos internados por cardiopatias, 30% dos portadores de infecções e até 50% dos idosos com demência e em nutrição enteral (1).

Um dos principais desafios está no fato de que, segundo a Sociedade, entre 20% e 50% dos pacientes desconhecem sua condição e recebem o diagnóstico apenas no hospital (1). Além disso, há aqueles pacientes que já foram diagnosticados, mas por alguma falha de comunicação não houve o registro adequado no prontuário para relatar essa condição.

“Muitas vezes durante a anamnese o paciente diz que não tem diabetes, mas, na internação, descobrimos que ele tem. O açúcar alto no sangue – hiperglicemia – influencia diretamente o prognóstico, pois aumenta o risco de desenvolvimento de alguns quadros durante a internação do paciente”, pontua o doutor Luís Eduardo Calliari, médico e professor da Santa Casa de São Paulo, responsável por coordenar o ambulatório de diabetes pediátrico da instituição.

Uma das consequências possíveis desse cenário são erros de medicação, como a omissão ou excesso de doses de insulina, que chegam a afetar 1/3 dos hospitalizados, podendo desencadear situações de cetoacidose diabética ou a hipoglicemia grave.

Um dos alertas dados por Calliari diz respeito ao controle da dose. Segundo o especialista, a decisão da dose da insulina para cada paciente é muito importante. “Insulina é uma medicação excelente para baixar a glicemia, mas se a dose for insuficiente, não abaixará muito o nível e, se for excessiva, pode levar à hipoglicemia, que também não é bom. Então existem riscos envolvidos nisso. Para minimizá-los, quando há uso prévio de insulina, a dose é discutida junto com a família. Para casos em que não há uso prévio, existem protocolos e guidelines já consagrados na literatura”, explica enfatizando que cada hospital deve ter suas recomendações para guiar os profissionais.

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Controle glicêmico no paciente hospitalizado – A falta de controle da glicemia em pacientes internados em unidades hospitalares é responsável por eventos adversos, maior tempo de internação e ampliação do custo para o sistema. “Monitorar a glicemia durante o período intra-hospitalar é importante, principalmente em pacientes idosos, obesos ou com antecedentes de diabetes na família”, comenta Calliari.

Um dos destaques dessa relevância está em evitar o desencadeamento de outras doenças durante a internação. “Pacientes diabéticos têm até quatro vezes mais chances de desenvolver outras doenças como insuficiência cardíaca, angina, infarto, AVC (Acidente Vascular Cerebral) e insuficiência renal. Portanto, ao identificar diabetes em pacientes internados, trate-os! Isso melhorará o prognóstico”, reforça o endocrinologista.

Publicado em 2016 pelo The American Journal of Medicine, paper (2) aponta as 10 principais ações para controle glicêmico dentro do ambiente hospitalar.

Um dos apontamentos diz respeito às melhores condutas e reforça que a insulinoterapia subcutânea deve ser o método prioritário, utilizando a aplicação endovenosa apenas quando o paciente estiver em uma unidade de terapia intensiva. Antidiabéticos orais, segundo o documento, costumam ser ineficazes para o controle glicêmico hospitalar. “A insulina melhora, inclusive, o prognóstico da doença que levou o paciente até o hospital”, pontua o doutor Calliari.

Além disso, a meta glicêmica detalhada pela publicação é variável de acordo com cada indivíduo: pacientes graves utilizando insulina venosa devem ter sua glicemia mantida entre 140 e 180 mg/dL, evitando indicadores abaixo de 110 mg/dL. Pacientes menos graves devem ter um controle de glicemia pré-prandial menor do que 140 mg/dL e ocasional menor do que 180 mg/dL.

Importante fator de risco para complicações e mortalidade, a hipoglicemia deve receber atenção redobrada, principalmente quando o paciente for idoso ou estiver em estado crítico. O estudo define a hipoglicemia quando a taxa está abaixo de 70 mg/dL.

Quando o paciente faz uso de bombas de insulina e é internado, ele deve seguir seu manejo habitual desde que tenha capacidade física e mental de garantir o controle ideal. Dessa forma, o time de profissionais responsáveis pela assistência deve atuar em conjunto com o paciente na hora de monitorar todos os índices.

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Transição do cuidado – O material divulgado pelo The American Journal of Medicine também aborda a importância da atenção na hora da transição promovida pela alta hospitalar como fator chave para prevenir complicações e reinternações. Para isso, sugere sempre a atenção de uma equipe multidisciplinar e acompanhamento durante um mês após a alta.

O cuidado diário do paciente diabético é indispensável para a garantia da segurança. Tanto que a campanha Novembro Diabetes Azul, realizada pela SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes) em parceria com a SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), vem ganhando as redes sociais a fim de incentivar o cuidado e a atenção com os índices de glicemia.

Em vídeo compartilhado recentemente, a ação reforça que o uso inadequado das insulinas afeta a segurança desses pacientes e que as terapias devem ser individualizadas, respeitando a rotina de cada indivíduo (clique AQUI para acessar o vídeo).

Considerando que pacientes com diabetes tipo 1 são submetidos à terapia Basal Bolus, aplicada por meio de múltiplas injeções ou por bombas de infusão, é importante estar sempre atento às doses. Evitar o excesso de insulina basal é fundamental para manter a qualidade de vida desses pacientes. O excesso do medicamento aumenta o risco de hipoglicemia de madrugada, atrapalhando o controle adequado da glicose pós-prandial.

Assim, o vídeo da campanha Novembro Diabetes Azul reforça que a insulinização adequada é fundamental, reduz o risco de complicações e melhora a qualidade de vida de pacientes com diabetes tipo 1.

IBSP: Segurança do Paciente - Diabetes – É preciso garantir a segurança dos pacientes diabéticos hospitalizados

Referências:

(1) Controle da Glicemia no Paciente Hospitalizado – SBD

(2) Top 10 Facts to Know About Inpatient Glycemic Control

 

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