Os cálculos e as diluições de medicamentos pedem conhecimentos de matemática e farmacologia do enfermeiro
Por Liliane Bauer Feldman*
Apesar dos cálculos e das diluições de medicamentos serem atividades comuns e rotineiras, ocupam parte expressiva do tempo de trabalho da equipe de enfermagem. É um trabalho complexo e de responsabilidade legal dessa equipe, compartilhada com outros profissionais.
Para a realização dos cálculos e das diluições de medicamentos com segurança, necessita-se que os profissionais associem conhecimentos de matemática e farmacologia, além de atenção redobrada durante sua realização, contando com um ambiente sem barulho, boa iluminação e livre de interrupções.
Deve-se ainda desviar-se de conversas, para evitar distrações, ter compreensão da prescrição médica e da prescrição de enfermagem, usar uma calculadora como apoio para a realização do cálculo e documentá-lo em local visível e apropriado.
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Para atender estas necessidades juntamente do constante avanço tecnológico dos medicamentos, os serviços de saúde devem estar compromissados em investir esforços, tanto humano quanto financeiro, em educação corporativa.
Associado a isto, sabe-se que o número de medicamentos que cada paciente necessitará no futuro próximo aumentará gradativamente, à medida que a população tem maior sobrevida. É provável também que mais terapêuticas tornem-se disponíveis para o uso da população. Nesta direção, aprofundar e rever o conhecimento sob a realização de cálculo e diluição de medicamentos de forma segura é imprescindível.
O preparo de medicamentos deve ser realizado por profissionais habilitados, que possuam o domínio dos princípios básicos desta atividade. Um destes princípios engloba a realização de cálculos matemáticos para adequar a dose de medicamento disponível à necessidade individual do paciente. A maioria dos cálculos de medicamento pode ser resolvida pela Regra de 3, comumente empregada em diversas situações do cotidiano.
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A administração da dosagem correta de uma substância é uma responsabilidade compartilhada entre o profissional que a prescreve e o que a administra. Dessa forma, é função do enfermeiro estar atento à segurança das variações das doses administradas aos pacientes, devendo ter conhecimento sobre as características fisiológicas específicas de cada grupo etário e sobre as fórmulas para realização dos cálculos matemáticos.
As constantes mudanças no desenvolvimento e função dos órgãos alteram a farmacocinética e a farmacodinâmica das drogas conforme a idade, características a serem consideradas pelo enfermeiro responsável pela farmacoterapia. Logo, na pediatria, torna-se necessário considerar as características fisiológicas específicas de cada criança para que os medicamentos atinjam o objetivo de gerar efeito farmacológico sem causar toxicidade.
Pacientes idosos, por sua vez, apresentam diversas alterações fisiológicas consequentes do processo de envelhecimento. Essas modificações os tornam mais vulneráveis a determinadas condições clínicas, tanto agudas quanto crônicas, que fazem com que necessitem de uso simultâneo de vários medicamentos. Esse fato aumenta o risco de eventos adversos e de interações medicamentosas, frequentes em pessoas com idade maior que 65 anos. Sendo assim, é fundamental que o enfermeiro tenha conhecimento sobre as alterações de absorção, distribuição, metabolização e excreção de medicamentos nessa faixa etária, com objetivo de realizar diluições e planejar a terapia medicamentosa de maneira adequada e segura.
*Liliane Bauer Feldman é enfermeira, Doutora, coordenadora do GT Segurança do paciente no COREN-SP, do Núcleo Metropolitano SP da REBRAENSP e Gestora do serviço de ortopedia do Hospital Albert Sabin.
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