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Enfermagem tem papel de destaque para segurança do paciente em quimioterapia

Enfermagem tem papel de destaque para segurança do paciente em quimioterapia
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Saiba como evitar eventos adversos e reduzir os riscos na administração de quimioterápicos, levando em conta o paciente e o profissional de saúde

Desde o diagnóstico da doença, passando pelas várias fases do tratamento como a cirurgia, a radioterapia, e o tratamento com medicamentos e quimioterapia, a enfermagem tem um papel de destaque no acompanhamento do paciente oncológico. Seja pelo conforto que ele pode proporcionar, seja pelo comprometimento na segurança da administração farmacológica.

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“No momento em que o paciente é internado para ser submetido à quimioterapia, é identificado com uma pulseira de cor amarela. Antes da manipulação do quimioterápico, devemos conferir os parâmetros laboratoriais, o controle dos sinais vitais, a prescrição médica, a via e o tempo de administração. Ao receber os quimioterápicos manipulados pela equipe da farmácia, conferimos o rótulo com o nome do paciente, comparando-o com o prontuário médico, a data, o horário de manipulação e a validade da solução”, conta Ronaldy Barbosa, enfermeiro formado pelo Centro Universitário Nove de Julho, que atua no Hospital A.C. Camargo Câncer Center.

Confira entrevista exclusiva com de Ronaldy Barbosa ao Portal IBSP.

IBSP – Em quimioterapia, quais as particularidades em termos de qualidade e segurança do paciente que o enfermeiro deve levar em conta?
Ronaldy Barbosa – Os medicamentos de alto risco requerem dupla checagem. O enfermeiro juntamente da equipe multiprofissional deve avaliar as condições clínicas do paciente, verificar os exames laboratoriais e orientar quanto aos efeitos colaterais imediatos e tardios das drogas, como anemia, leucopenia, mucosite, alopecia, plaquetopenia, náusea, vômito e diarreia.

Valorizar a queixa do paciente e orientar que ele comunique imediatamente a enfermagem diante de qualquer sinal de reação adversa durante a infusão, tais como sensação de dor e queimação no local da inserção do dispositivo por onde esta sendo administrado o quimioterápico. Quando o quimioterápico é administrado por via intravenosa, devemos conferir permeabilidade, fluxo e refluxo venoso com solução salina e avaliar as condições do sítio de inserção. É importante gerenciar os riscos ao qual o paciente está exposto, como: infecção, extravasamento/infiltração, flebite e queda.

IBSP – Os eventos em uma ou mais etapa do processo de administração do medicamento (prescrição, preparação, dispensação e administração) podem ter consequências graves, podendo levar o paciente a óbito em qualquer especialidade. Em oncologia um erro sempre pode ter consequências mais graves?
Ronaldy Barbosa – Sim, na da década de 1990, momento em que a segurança do paciente passou a ser discutida de forma global, foram publicadas recomendações para minimizar os erros e, consequentemente, os danos relacionados ao tratamento oncológico. Os fármacos utilizados para tratamento de neoplasia normalmente possuem uma alta taxa de toxicidade, e pequenas variações de dose podem provocar danos irreversíveis ou letais ao paciente.

IBSP – Tem algum exemplo?
Ronaldy Barbosa – Podemos citar a administração de terapia antineoplásica, lembrando que dispomos de uma legislação específica no Brasil que é a RDC n. 220, que estabelece que a preparação e a administração da terapia antineoplásica seja de responsabilidade de profissionais com nível superior. Para controle de sintomas, ainda utilizamos opióides que, em doses inadequadas, podem provocar reações adversas graves como depressão respiratória.

IBSP – Uma atuação multi (médicos, farmacêuticos e enfermeiros) é mais do que essencial para prescrição, preparo e administração de quimioterápicos?
Ronaldy Barbosa – Sem duvida, a atuação da equipe multiprofissional contribui muito para segurança do paciente, pois ela está envolvida em todo o processo de preparação, análise técnica da prescrição médica, manipulação, controle de qualidade, conservação, transporte, administração, descarte, documentação e registro, garantindo a rastreabilidade em todas as etapas.

IBSP – O papel da tecnologia tem sido decisivo na segurança do paciente oncológico?
Ronaldy Barbosa – O uso da tecnologia é tido como aliado nesse processo, pois o prontuário eletrônico evita erros tanto na leitura quanto no entendimento ocasionado por letras ilegíveis. A utilização de código data matrix, que permite a rastreabilidade do medicamento, também é uma barreira na segurança do processo de administração de medicamentos, pois permite rastrear todos os medicamentos desde o recebimento até o descarte. A prática de utilização de bomba de infusão de alta precisão contribui para segurança na infusão do quimioterápico, pois o volume e o tempo de infusão de quimioterápicos são rigorosamente controlados. Toda manipulação e todo preparo dos quimioterápicos são realizados em cabines de segurança biológica classe IIB, o que garante a segurança durante a manipulação dos medicamentos citotóxicos e são preparados por farmacêuticos.

IBSP – A terapia infusional de quimioterápicos também pode causar eventos adversos no profissional de enfermagem, como uma contaminação química. Como o enfermeiro pode e deve se proteger?
Ronaldy Barbosa – muito importante que o profissional conheça as características dos fármacos, pois a manipulação de antineoplásicos deve seguir critérios rígidos de utilização de equipamentos de proteção individual e coletivo. No A.C. Camargo, temos kit de derramamento identificado e disponível em todas as áreas onde são realizadas atividades de manipulação, armazenamento, administração e transporte de quimioterápico.

Durante a administração, o enfermeiro deve realizar higiene das mãos, paramentar-se com avental impermeável de mangas longas e com punhos e botões fechados, usar luvas de procedimento, bem como máscara N95 (PPF2), óculos de proteção e sapatos fechados.

Além disso, os colaboradores que atuam na área de Central de Quimioterapia devem ser submetidos a exames periódicos a cada seis meses, sendo que os demais colaboradores realizam anual, conforme orientação da Medicina do Trabalho. Mulheres grávidas ou em período de amamentação devem ser afastadas da área de manipulação e administração de quimioterápicos. Para evitarmos o derramamento de quimioterápico, estão sendo testados, conectores SPIROS nos equipos, ainda dentro do fluxo de capela laminar. Qualquer intercorrência envolvendo a terapia antineoplásica deve ser notificada e o gestor, após análise, implementará um plano de ação.

Este tema será discutido no I Seminário Internacional de Enfermagem para Segurança do Paciente. Inscreva-se: www.seminarioenfermagem-ibsp.com.br.

 

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