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ESG – Instituições de saúde fomentam estratégias inclusive na parte clínica

ESG – Instituições de saúde fomentam estratégias inclusive na parte clínica
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Envolvimento com as esferas ambiental, social e de governança impacta todos os grupos de trabalho

O setor da saúde talvez tenha levado um pouco mais de tempo para entrar na temática do ESG (sigla para Environmental, Social and Governance que, em tradução livre para o português, representa Ambiental, Social e Governança). Mesmo que muitas instituições já adotassem, por praxe, ações integradas a essas três esferas, faltava uma dedicação e a elaboração de times, estruturas e estratégias específicas para essa demanda já cobrada pela sociedade, pelos acionistas e pelo mercado como um todo.

Um relatório (1) da consultoria PwC avaliou como 45 sistemas de saúde e seguradoras investiram em ESG nos últimos tempos, observando que há uma predominância de ações com foco no social, porém podemos destacar outras estratégias adotadas:

  • Ambiental – Redução das emissões de carbono, investimento na gestão avançada de resíduos e adoção de estratégias para combater a resistência antimicrobiana;
  • Social – Contribuições financeiras com projetos sociais, expansão do acesso à saúde para comunidades carentes, investimento em cibersegurança, diversificação de fornecedores, criação de programas de inclusão e diversidade;
  • Governança – Nomeação de uma liderança em ESG e a publicação de relatórios periódicos para mensuração de resultados, diversidade de gênero e raça nos conselhos de administração, equidade salarial e políticas focadas em ética, compliance e combate a fraudes.

No âmbito da governança, há um foco especial nos relatórios. Witold Henisz, professor de administração da Deloitte & Touche na Universidade da Pensilvânia e especialista em ESG em corporações, declarou, a uma publicação da Modern Healthcare (3), que o compromisso em divulgar esses relatórios otimiza o processo de adequação à temática de ESG. “Existe um benefício real na publicação. Pode ser desconfortável, especialmente para quem tem desempenho fraco, mas a pressão pode mobilizar a ação”, disse.

Pode-se pensar, também, que o relatório traz transparência, e essa transparência é vital para todo sistema de saúde, inclusive na construção da cultura de segurança.

Pensando especificamente na assistência, algumas ações também podem entrar na estratégia de ESG. De acordo com o relatório da PwC, uma entidade norte-americana trocou o agente anestésico desflurano pelo sevoflurano, mais potente. Com isso, reduziu consideravelmente as emissões de gases do efeito estufa, pois é preciso menos medicamento para manter o paciente sedado (2).

Ainda visando o bloqueio do aquecimento global – e atendendo às necessidades ambientais -, o documento comenta que a transição para consultas virtuais em decorrência da pandemia de covid-19 pode ter impactado positivamente o meio ambiente ao reduzir as emissões de carbono desencadeadas pelo deslocamento dos pacientes.

Outro ponto interessante de ser avaliado é o surgimento de empresas trabalhando em formas de reaproveitar dispositivos médicos de uso único como, por exemplo, fios de eletrocardiograma, bolsas de infusão de pressão e sensores de oxímetro de pulso. Aqui, obviamente, temos uma questão de regulamentação que depende do envolvimento das agências reguladoras (Anvisa, no caso do Brasil), mas pode ser um debate interessante a ser levantado.

Já pensando no social, a preocupação transcende a esfera hospitalar e chega às comunidades. A dependência de opioides – problema grave enfrentado pelos Estados Unidos que desencadeia cerca de 8.500 casos de overdose ao ano – tem sido foco de ações sociais. Pensando nisso, um plano de saúde local desenvolveu um programa focado no tratamento dessa dependência, uma ação que além de atender ao social, também atende às premissas da segurança do paciente. O cenário poderia ser associado, por exemplo, à dependência de crack no Brasil, um problema real de saúde pública.

Ainda dentro do contexto de melhora da qualidade de vida da população, as instituições de saúde podem investir no acesso remoto que, somado ao treinamento específico, pode contribuir com o acesso à assistência de cidadãos instalados em áreas afastadas dos grandes centros.

Referências:

(1) ESG para organizações de saúde – O que é certo para o mundo é bom para os negócios

(2) Sustentabilidade Ambiental nos Sistemas de Saúde: O Papel da Anestesiologia

(3) ESG: Healthcare’s new imperative

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