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Falta de rastreamento e tabu resultam em subdiagnóstico de depressão pós-parto

Falta de rastreamento e tabu resultam em subdiagnóstico de depressão pós-parto
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Profissionais americanos sugerem avaliações precoces já durante a gravidez

 

O estudo da pesquisadora Mariza Theme, da Ensp (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca), ligada à Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), no Rio de Janeiro, demonstrou que uma em cada quatro mulheres brasileiras apresenta sinais de depressão pós-parto. O assunto, apesar de muito difundido, ainda enfrenta problemas de subdiagnóstico por falta de preparo de profissionais, o que coloca em risco a saúde da mãe e do bebê, que pode ter atraso no desenvolvimento psicomotor e neurocognitivo.

“Há subdiagnóstico em casos de depressão pós-parto. Muitas vezes a própria mulher tem vergonha de falar com o médico ou com familiares, e isso ainda torna mais difícil”, explica Dr. Ricardo Luba, ginecologista e obstetra especializado em reprodução humana. “Não existem exames diagnósticos para confirmação. O diagnóstico é clínico.  Segundo a Associação Americana de Psiquiatria, a depressão Pós-parto deve ser considerada um subtipo de uma depressão maior. Deve ser valorizado o diagnóstico e instituído tratamento com rapidez”, completa.

No Brasil, profissionais detectam a ausência de políticas públicas efetivas na prevenção e tratamento da doença. Não há orientações específicas sobre depressão pós-parto no manual pré-natal do Ministério da Saúde, por exemplo. Diz apenas que o profissional deve estar atento a questões físicas e emocionais da paciente, sem mais detalhes.

O surgimento de indícios de que a depressão pós-parto possa ser rastreada durante a gravidez fez com que a questão fosse debatida no USPSTF (sigla em inglês para Força-Tarefa Americana de Serviços Preventivos) no início do ano. Profissionais independentes que compõem o grupo se reuniram para propor avaliações durante a gestão que sejam capazes de detectar uma possível depressão.

O programa foi exposto no Journal of the American Medical Association e propõe que os adultos do país sejam submetidos a um controle para depressão, incluindo mulheres durante e depois da gravidez. A estimativa mundial apresentada é de que 13% das mulheres têm depressão durante a gestação, enquanto o índice no pós-parto fica entre 10% e 15%, quase metade dos números demonstrados no Brasil.

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