Em um cenário de colapso do sistema de saúde no país em decorrência da transmissão desenfreada do novo coronavírus, que leva à uma superlotação dos hospitais e à necessidade de maior gerenciamento dos suprimentos, a Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp) publicou um documento com dez orientações práticas para o gerenciamento do uso do oxigênio em unidades hospitalares.
Tendo como ponto de partida a triste situação vivenciada pelos hospitais de Manaus, no Amazonas, que ganhou repercussão nacional após pacientes que carecem de suporte ventilatório internados tanto com COVID-19 quanto por outras situações diversas sofrerem com a falta de oxigênio, a avaliação das melhores estratégias para garantir que todo paciente internado tenha acesso a esse insumo vital e a uma assistência segura torna-se necessária.
Confira, abaixo, as dez orientações. O documento pode ser lido AQUI na íntegra.
1 – Utilizar fluxômetros com válvulas reguladoras a 3,5 kgf/cm² e indicar um profissional para checar diariamente essa calibração, pois se os equipamentos estiverem ajustados de forma diferente haverá liberação de gás acima do necessário.
2 – Desconectar dispositivos assistenciais pneumáticos que não estão em uso e ter sempre algum profissional para fazer essa checagem, pois, se permanecerem conectados, podem surgir vazamentos.
3 – Orientar a equipe a prescrever e registrar adequadamente toda necessidade de uso de gás medicinal para que a gestão hospitalar tenha acesso à quantidade de gás que está sendo utilizada.
4 – Observar e relatar qualquer vazamento que pode levar ao desperdício do insumo.
5 – Manter 72 horas de reserva de gases medicinais seguindo a recomendação internacional para situações de desastres.
6 – Atenção redobrada nos procedimentos de desinfecção e limpeza de réguas de gases medicinais para evitar que, durante essa ação, surjam vazamentos.
7 – Diminuir a pressão da rede, pois os aparelhos mais modernos operam com menor pressão. Essa atitude pode eliminar a necessidade das válvulas reguladoras diminuindo potenciais pontos de vazamentos.
8 – Controlar sistematicamente a compra de gás medicinal para que seja possível realizar o cálculo real do consumo efetivo médio, reduzindo a média calculada e seu respectivo desvio padrão.
9 – Revisar o contrato de compra de gases medicinais para evitar cláusulas que desobrigam a entrega dos insumos em casos de força maior como, por exemplo, catástrofes naturais.
10 – Envolver a equipe da farmácia na gestão dos insumos, já que gases medicinais são considerados fármacos.
Referências:
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