Diretores do Instituto participam do desenvolvimento da nova versão do documento
O IBSP (Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente) reafirma seu compromisso com a excelência em segurança assistencial ao participar ativamente da atualização do Protocolo de Londres, um dos mais reconhecidos métodos de análise de incidentes na área da saúde.
Os diretores Karina Pires Pecora (Novos Negócios) e Lucas Zambon (Científico) integram o grupo internacional de especialistas responsáveis pela revisão e expansão do documento, ao lado de profissionais do Reino Unido, Itália, França, Suíça, Austrália, EUA e Japão. O artigo com a nova versão foi publicado em fevereiro de 2024 no British Medical Journal – Quality and Safety, um dos periódicos científicos mais relevantes do setor.
“Essa edição tem uma característica muito importante: pela primeira vez ela foi realmente construída de forma multicêntrica. Com especialistas de diversos países contribuindo com a revisão e construção, garantimos um olhar mais abrangente dessa ferramenta utilizada em contextos tão distintos”, comenta Zambon.
A evolução do Protocolo de Londres
Desde sua primeira publicação, em 2004, o Protocolo de Londres tem sido amplamente utilizado como referência na investigação e prevenção de incidentes em saúde. A nova edição reflete os avanços dos últimos 20 anos, incorporando aprendizados fundamentais para aprimorar a segurança do paciente.
Entre as principais atualizações, destacam-se:
- Maior ênfase no envolvimento de pacientes e familiares na investigação de incidentes;
- Atenção ampliada ao suporte físico e psicológico para pacientes, familiares e equipes envolvidas em eventos adversos;
- Valorização de análises aprofundadas combinadas com revisões temáticas de problemas sistêmicos;
- Avaliação de períodos mais longos da jornada do paciente para identificar causas mais profundas dos incidentes;
- Equilíbrio entre a identificação de boas práticas e a análise de falhas no atendimento;
- Diretrizes mais estruturadas para a observação direta do ambiente de trabalho;
- Abordagem mais clara e objetiva para redação de relatórios de segurança do paciente.
A inclusão do Protocolo de Londres no Currículo de Segurança do Paciente da OMS reforça sua relevância global, e a participação do IBSP na atualização do documento evidencia o papel do Instituto como referência técnica e científica no setor.
Menos burocracia para mais efetividade
A diretora do IBSP faz uma observação crucial sobre a aplicação do Protocolo de Londres nas instituições de saúde. Segundo Karina Pires, é essencial desburocratizar sua utilização. “Hoje, o Protocolo de Londres é a ferramenta de primeira escolha para a análise de eventos adversos com dano grave e óbito. No entanto, ele tem sido aplicado de forma excessivamente burocrática pelas lideranças dos Núcleos de Segurança do Paciente (NSP), o que resulta em investigações pouco aprofundadas e de menor impacto”, explica Karina.
A especialista alerta que esse excesso de burocracia pode descaracterizar a ferramenta, comprometendo sua efetividade. “Não conseguimos ter uma visão clara do que realmente aconteceu, pois o protocolo acaba sendo utilizado para revisar as mesmas causas e gerar planos de ação repetitivos, que muitas vezes nem saem do papel por não serem viáveis na prática”, complementa.
Com essa percepção e a necessidade de uma abordagem mais ampla, a nova versão do Protocolo de Londres busca desburocratizar sua aplicação, permitindo uma investigação mais profunda e efetiva. O foco agora é garantir que o protocolo cumpra seu objetivo real: identificar as causas e fatores contribuintes para os incidentes, promovendo mudanças concretas e duradouras na segurança do paciente.
Documento traduzido e curso específico sobre o Protocolo de Londres
O IBSP também atua em colaboração com a indústria para impulsionar a segurança do paciente. Em parceria com a BP, promove o Programa de Excelência no Gerenciamento do Acesso Vascular, implementado no Hospital Santa Paula (SP), referência em oncologia, cardiologia e neurologia. Em fevereiro, os consultores avaliaram cinco pilares fundamentais do projeto, incluindo a prevenção de infecção de corrente sanguínea e a adesão a protocolos de manutenção.
Além disso, o instituto trabalha com a Sanofi no programa Safety Zone, voltado à prevenção do Tromboembolismo Venoso (TEV). No hospital DF Star, em Brasília (DF), uma visita diagnóstica permitiu uma análise detalhada dos indicadores institucionais e um tracer para verificar a jornada do paciente. Um dos destaques foi a participação ativa da equipe multidisciplinar, evidenciando o compromisso coletivo com a segurança assistencial.
Diagnóstico e treinamentos para reforçar a segurança do paciente
Em outubro de 2024, o IBSP lançou a versão oficial do Protocolo de Londres 2024 para o Brasil, tornando o documento acessível em português para profissionais e instituições do país.
Além disso, o Instituto disponibiliza um curso completo sobre o Protocolo de Londres no IBSP Conecta, primeira plataforma de streaming dedicada à qualidade e segurança do paciente no Brasil. No curso, os participantes podem aprofundar seus conhecimentos com vídeos, aulas especializadas e materiais exclusivos, além de fazer o download do documento atualizado.
Acesse agora e saiba mais: https://conecta.ibsp.net.br/
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