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Imunização e vacinas – Impacto da baixa adesão na segurança dos pacientes

Imunização e vacinas – Impacto da baixa adesão na segurança dos pacientes
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IBSP: Segurança do Paciente - Imunização e vacinas – Impacto da baixa adesão na segurança dos pacientesPara que haja uma proteção efetiva da população, as vacinas precisam atingir cobertura entre 90% e 95%. Porém, nos últimos anos, esses índices estão em queda no Brasil, o que desperta um alerta na comunidade de saúde e soa como um entrave à segurança dos pacientes.

Segundo divulgado pelo Programa Nacional de Imunização (PNI) do Ministério da Saúde, as coberturas vacinais não atingem as metas desde 2018 (1). Os dados compilados até dia 2 de outubro pelo Ministério da Saúde preocupam. A maior cobertura atingida nesse período foi a da vacina pneumocócica, que protege contra doenças graves causadas pela bactéria pneumococo e alcançou 71,98% de adesão (em 2019 essa mesma vacina chegou à 88,59% de cobertura). Porém, a BCG, para tuberculose, chegou a apenas 63,88% e a de poliomielite não ultrapassou a marca de 65,57%.

A adesão já estava em queda nos últimos cinco anos e a pandemia de COVID-19 surgiu como mais um empecilho, visto que muitas famílias, com medo da contaminação, deixaram de comparecer aos postos de saúde para vacinar as crianças e em diversos países houve interrupção dos serviços de imunização.

A avaliação epidemiológica do sarampo no mundo é um excelente exemplo dos benefícios da vacinação. Doença altamente contagiosa, o sarampo tem transmissão viral similar à da gripe, ou seja, por meio da tosse ou de secreções expelidas. E a vacinação é a única forma de prevenção comprovadamente eficaz.

Em 2016 (2), após bater 12 meses sem registrar nenhum novo caso da doença, o Brasil confirmou a interrupção da circulação epidêmica do vírus, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o país tinha erradicado a doença. Apenas três anos depois, justamente diante de uma queda na adesão às vacinas, o Brasil confirmou quase 16 mil casos (3) de sarampo no país.

Hoje, em um cenário de saúde dominado pelo novo coronavírus, a vacinação com a tríplice viral – que protege contra sarampo, caxumba e rubéola – está ainda mais enfraquecida. A OMS chegou a alertar (4) que mais de 117 milhões de crianças em 37 países têm risco de perder a vacina contra o sarampo em 2020.

Reversão do cenário

O combate às fake news que fundamentam movimentos antivacina no mundo inteiro é uma das vertentes de atuação na busca pela melhor efetividade dos calendários. Para isso, o Ministério da Saúde tem uma página (5) em seu portal para esclarecer as principais dúvidas a respeito da imunização.

Nesse espaço, explica que todas as vacinas são submetidas a rigorosos testes de segurança e eficácia durante seus ensaios clínicos e permanecem sendo monitoradas pelos cientistas durante sua fase de aplicação; que a imunidade gerada pela vacina é similar à gerada pela infecção natural, porém sem expor o cidadão à doença; e que não há qualquer evidência de relação da vacina com o autismo.

Ao mesmo tempo há um estímulo ao engajamento dos profissionais de saúde como estimuladores da vacinação, como comentou Francieli Fontana, coordenadora-geral do PNI, em participação em evento promovido pela Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

“Nós, profissionais de saúde, temos papel fundamental na ampliação das coberturas vacinais das nossas crianças e adolescentes para que estejam protegidos e que não haja o recrudescimento de doenças já eliminadas e sob controle. É muito importante que a gente se engaje e participe ativamente dessa campanha orientando a população”, declarou.

Campanha em curso

O Brasil está, hoje, com a Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite em curso para crianças com até 5 anos de idade. A meta do país é vacinar 95% das cerca de 11,2 milhões de crianças nessa faixa etária. Sem tratamento específico, a poliomielite – também conhecida como paralisia infantil – não é vista no nosso país desde o final da década de 1980.

Paralelamente, também está incentivando a multivacinação, ou seja, que todos os cidadãos com até 15 anos de idade compareçam aos postos de saúde para atualizar suas carteiras com as vacinas que estão pendentes.

Referências:

(1) EBC – Em queda há 5 anos, coberturas vacinais preocupam Ministério da Saúde

(2) EBC – Sarampo é eliminado do Brasil

(3) Vigilância Epidemiológica do Sarampo no Brasil 2019: Semanas Epidemiológicas 39 a 50 de 2019

(4) More than 117 million children at risk of missing out on measles vaccines, as COVID-19 surges

(5) Confira respostas sobre imunização e segurança das vacinas

 

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