Estudo conduzido nos Estados Unidos avalia se a aquisição de hospitais por private equity pode aumentar as taxas de eventos adversos
Em dezembro de 2023, um estudo (1) publicado no JAMA Network buscou compreender se a aquisição de hospitais pela iniciativa privada nos Estados Unidos impacta a qualidade da assistência e as taxas de eventos adversos.
Para isso, os pesquisadores compararam os resultados de 51 hospitais que tinham sido aderidos por private equity com 259 outros serviços hospitalares, sendo que a análise se estendeu para hospitalizações três anos antes e três anos depois da mudança de gestão.
Após o período de análise, o estudo sugere aumento de 25,4% nos eventos adversos naqueles hospitais da iniciativa privada, sendo que os índices de queda de pacientes subiram 27,3% e das infecções da corrente sanguínea associadas a cateteres centrais 37,7%. Importante frisar que essa taxa subiu mesmo em um cenário onde foram utilizados 16,2% menos cateteres.
Outros números merecem menção. Nos hospitais de private equity, o número de cirurgias foi 8% menor, porém as infecções de sítio cirúrgico dobraram, passando de 10,8 para 21,6 a cada 10 mil hospitalizações.
Em termos de mortalidade intra-hospitalar, houve ligeira redução nos hospitais privados. Porém, os pesquisadores alertam que os pacientes assistidos pelos hospitais privados eram mais jovens, com poucas oportunidades de utilizar os sistemas Medicare e Medicaid, e, portanto, potencialmente menos suscetíveis a eventos adversos. No que diz respeito à mortalidade 30 dias após a alta, não houve diferença significativa.
O portal Medscape (2) internacional publicou uma matéria sobre esse estudo e entrevistou Zirui Song, da Harvard Medical School. Segundo o especialista, “pesquisas anteriores mostram que o capital privado eleva encargos, preços e gastos, reduzindo os investimentos na qualidade do atendimento”.
Referências
(2) Hospital Adverse Events Rise After Private Equity Acquisition
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