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Monkeypox chegou ao Brasil – Como serviços e profissionais de saúde devem agir

Monkeypox chegou ao Brasil – Como serviços e profissionais de saúde devem agir
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Na última semana a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmou o primeiro caso da varíola dos macacos (também chamada de Monkeypox) no Brasil. O paciente, um homem de 41 anos de São Paulo, tinha viajado à Espanha e, ao retornar e ter o diagnóstico confirmado, permaneceu em isolamento no Hospital Emílio Ribas, zona oeste da capital.

Zoonose viral com sintomas semelhantes aos da varíola, mas nitidamente de menor gravidade, a doença já é conhecida desde 1958 e o primeiro caso em humanos foi registrado em 1970. A transmissão se dá principalmente pelo contato direto ou indireto com sangue, fluidos corporais, lesões de pele ou mucosa de animais infectados. Já a transmissão secundária (de pessoa para pessoa) pode ocorrer por contato próximo com secreções respiratórias infectadas, lesões de pele ou objetos e superfícies contaminados.

Com a possibilidade do aumento do número de casos no país, a Anvisa – que atua na coordenação nacional de ações de prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde – elaborou uma Nota Técnica (clique AQUI para acessar) que orienta quanto à implementação de medidas de preparação e resposta à Monkeypox.

Comumente confundida com outras doenças como varicela, sarampo, escabiose, sífilis, infecções bacterianas da pele e reações alérgicas, a Monkeypox tem, como característica clínica para diagnóstico diferencial, a adenopatia durante o estágio prodrômico. Para confirmação laboratorial, até o momento é indicado o teste molecular RT-PCR, seguido de técnica de sequenciamento genético.

Até o momento, ainda não há tratamento específico para a infecção pelo Monkeypox e os sintomas costumam desaparecer naturalmente. O mais importante é o cuidado com as erupções de pele até que sequem. Cobri-las com um curativo úmido pode ajudar na proteção. Pacientes hospitalizados devem receber cuidados para aliviar sintomas e gerenciamento de complicações.

Serviços de saúde – Como agir

É indicado que todo serviço de saúde implemente um Plano de Contingência com ações estratégicas para enfrentamento de possíveis novos casos de Monkeypox. Além disso, deve estruturar a vigilância atuando, preferencialmente, em conjunto com o Núcleo de Segurança do Paciente (NSP). É importante, também, manter um bom fluxo de comunicação, inserir e treinar protocolos e identificar possíveis pontos de melhoria contínua no Plano de Contingência.

Profissionais de saúde – Como agir

O documento reforça que todos os profissionais que atuam em serviços de saúde, sejam os de atenção primária, ambulatórios, consultórios, clínicas e hospitais, devem estar atentos à pacientes que apresentam erupção cutânea aguda que progride em estágios sequenciais de máculas, pápulas, vesículas, pústulas e crostas frequentemente associada à febre, adenopatia e mialgia.

Os casos suspeitos devem ser imediatamente notificados, conforme as orientações do Ministério da Saúde. Além disso, é preciso investir em rastreamento e identificação de contatos, educação sobre medidas de prevenção da transmissão da doença. Importante lembrar que “contato” é definido como uma pessoa que foi exposta em diferentes contextos a um caso suspeito ou confirmado.

Para os profissionais de saúde, um alerta importante: aquele profissional que teve, durante a assistência, contato com um caso suspeito ou confirmado sem uso (ou com uso incorreto) de máscara cirúrgica, máscara de proteção respiratória N95 ou PFF2 nos procedimentos geradores de aerossóis, luvas e avental e que não tenha feito a higienização das mãos após conato com as secreções, também deve ser considerado para rastreamento.

Nesses casos, não há necessidade – de acordo com a Anvisa – do afastamento do trabalho até que surjam sintomas. Porém, durante o período de possível incubação da doença (21 dias desde a exposição ao vírus), medidas como monitoramento da temperatura corporal duas vezes ao dia.

O documento da Anvisa traz todo o detalhamento sobre as medidas de precaução que devem ser tomadas na prática (como fortalecer a higienização das mãos e o uso de EPIs), isolamento dos pacientes diagnosticados, e gerenciamento de resíduos.

É importante que os profissionais de saúde se mantenham atentos a esse cenário, pois a Anvisa deve publicar novas orientações conforme o conhecimento quanto à doença for se expandindo.

 

Referência:

(1) Nota Técnica GVIMS/GGTES/Anvisa nº 3/2022 – Orientações para prevenção e controle da Monkeypox nos serviços de saúde

 

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