Revisão sistemática analisou mais de 500 pacientes hospitalizados; há espaço amplo para melhoria da segurança
Considerando que países de média e baixa renda tendem a ter maior frequência de eventos adversos durante cuidados intensivos, principalmente devido à reduzida infraestrutura, falta de capital humano, jornadas excessivas de trabalho e formação insuficiente, revisão sistemática considerando o cenário da saúde no Brasil buscou detalhar a taxa de internações em unidades de terapia intensiva relacionadas a eventos adversos e qual a evitabilidade deles.
Foram selecionados 510 pacientes internados em UTIs adultas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e outro hospital universitário entre outubro de 2017 e outubro de 2018. O documento mostra que 12,1% das internações estavam relacionadas a eventos adversos, sendo que 9,8% delas diretamente e 2,3% por situações que não foram precisamente causadas pelos incidentes, mas tinham relação com eles.
O ponto mais importante, nesse caso, é que, apesar de não aumentarem o risco de morte, mais de 70% desses eventos foram considerados evitáveis.
Devido a esse cenário, há aumento de custos totais, já que em 88,7% dos casos, os pacientes foram submetidos a exames laboratoriais adicionais; 75,8% deles receberam medicamentos extras e 48,3% tiveram de passar por novos procedimentos.
Portanto, a revisão mostra que os eventos adversos devem ser continuamente monitorados e analisados para melhorar a qualidade da assistência e a gestão financeira das entidades de saúde envolvidas, visto que se a taxa de evitabilidade é bastante alta, há margem para ações importantes que podem contribuir com a segurança do paciente.
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