Desenvolvimento de bomba de infusão mostra novos caminhos de inovação tecnológica na área da saúde
“Em segurança do paciente, historicamente o que os hospitais têm feito é contar os eventos adversos, principalmente erros de medicação e complicações em procedimentos”, afirmou Jeanne Huddleston, médica fundadora do programa de Medicina Hospitalar da Mayo Clinic, nos Estados Unidos.
O desenvolvimento de uma bomba de infusão inteligente, capaz de minimizar erros na administração de medicamentos de alto risco em ambiente hospitalar, é um exemplo de como a inovação na área da saúde pode ocorrer com a participação de médicos e outros profissionais da saúde, no dia a dia da assistência, e, quem sabe, mudar o cenário de segurança do paciente.
O produto, lançado durante a feira Hospitalar deste ano, no Expo Center Norte, em São Paulo, foi um dos equipamentos que passou por testes no Laboratório de Usabilidade do Hospital Sírio-Libanês, com a participação de profissionais da própria instituição.
A bomba infusora, modelo Smart Touch, foi desenvolvida pela Lifemed, em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein. O produto venceu, no final de abril, o Prêmio Inova Saúde, realizado pela Associação Brasileira de Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios (ABIMO).
No início de 2016, no entanto, a bomba infusora passou por novos testes, com o objetivo de aperfeiçoar o equipamento e torná-lo mais próximo da realidade das equipes de assistência. Por meio de um Acordo de Cooperação Tecnológica assinado com a Lifemed, esse trabalho vem sendo realizado dentro do Laboratório de Usabilidade do Hospital Sírio-Libanês.
Como funciona
O equipamento, 100% brasileiro, possui software inédito e atua como uma central de monitoramento integrada com outros sistemas médicos, como monitores cardíacos e prontuário eletrônico.
“A nova bomba possui, armazenada em sua memória, um catálogo de drogas com suas respectivas dosagens, tanto em concentração quanto em velocidade de infusão, alertando o profissional para eventuais necessidades de alteração. Com isso, a bomba aumenta a precisão e segurança durante a infusão”, informa Franco Palamolla, presidente da Lifemed. “Além disso, com um mesmo equipamento, é possível infundir até três medicamentos ao mesmo tempo”, completa a explicação.
“Trazer o usuário final para o processo de desenvolvimento de novos equipamentos e softwares permite a identificação e redução de potenciais fatores de risco e a incorporação de melhorias que farão os novos produtos mais seguros e competitivos. Com isso, podemos contribuir para a redução das importações e uma diminuição do déficit da nossa balança comercial na área da saúde. É um modelo de parceria que promove a inovação no dia a dia da assistência, com a participação direta dos profissionais de saúde, beneficiando os próprios pacientes”, acredita Luiz Fernando de Lima Reis, superintendente de Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês.
O resultado final depende da engrenagem, do todo. “Não podemos depender de heroínas e de heróis, mas sim de sistemas bem desenhados e confiáveis. Do que adianta fazer um diagnóstico brilhante se o paciente tem uma infecção hospitalar (que poderia ser prevenida) ou se morre em decorrência de uma dose errada de medicação?”, questiona Camila Sardenberg, diretora corporativa de qualidade e segurança do paciente.
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