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O que a enfermagem pode fazer para evitar lesão por pressão?

O que a enfermagem pode fazer para evitar lesão por pressão?
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Entenda porque manter a pele de um paciente acamado em boas condições é de responsabilidade multiprofissional

O que o profissional de saúde, principalmente da enfermagem, pode fazer para evitar o aparecimento de alterações na pele que podem desencadear a perda da sua integridade? Para a Dra. Maria Helena Larcher Caliri, docente aposentada do Departamento de Enfermagem Geral e Especializada da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP, a prevenção não pode ser trabalho de um profissional, mas da equipe de enfermagem integrada com os outros profissionais de saúde. “A natureza da lesão por pressão é multifatorial”, justifica.

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Para evitar o desenvolvimento das lesões, o profissional precisa ser capacitado para obter conhecimento, ter atitudes positivas em relação à prevenção e questionar um ambiente de trabalho que não é seguro para os pacientes, seja por falta de profissionais qualificados, seja por falta de condições estruturais que são imprescindíveis para um cuidado adequado.

“Instituições que obtém sucesso na prevenção da lesão por pressão, geralmente, têm um grupo multidisciplinar que coordena o programa de prevenção e focaliza na educação dos profissionais, pacientes e familiares, além da obtenção junto à administração dos recursos necessários para a implementação”, diz Maria Helena. Além disso, segundo a enfermeira, desenvolver estratégias para a avaliação dos resultados obtidos com auditorias concorrentes em prontuários e análise das notificações dos casos novos de lesão são os modos de aprender com a experiência.

Programa de prevenção
Para a implementação de um programa de prevenção institucional, em primeiro lugar, todos os membros da equipe de enfermagem precisam saber como avaliar o risco do paciente, utilizando um instrumento como a escala de Braden para auxiliar o raciocinio clínico. “A avaliação deve ser feita na admissão do paciente, diariamente e antes da alta. Isso é fundamental para subsidiar as intervenções que são necessárias para a prevenção da lesão por pressão”, comenta a enfermeira Maria Helena.

Além disso, para que a prevenção seja feita por toda a equipe, durante as 24 horas do dia da internação, é preciso utilizar um protocolo com descrição das ações ou cuidados necessários ao controle de cada fator de risco.

“Por exemplo, para um paciente com 100% da limitação da mobilidade, é essencial o uso de um colchão especial que faça a redistribuição da pressão, o reposicionamento corporal com mudança de decubito, uso de coxins e travesseiros para proteção das proeminencias ósseas, elevação dos calcâneos, uso de lençol móvel para erguer o paciente do leito sem arrastar”, ensina a enfermeira. “Se o mesmo paciente apresentar incontinência urinária e ou fecal, medidas para proteção da pele e higiene adequada deverão ser planejadas, pois a umidade da pele aumenta o risco de lesão por pressão”, completa Maria Helena.

Outro aspecto relevante da avaliação da pele é a inspeção dos locais nos quais os dispositivos médicos, como sondas, cateteres, talas são utilizados, pois esses podem causar lesão por pressão.

A avaliação das condições da pele com inspeção em toda a sua extensão, incluindo o couro cabeludo, faz parte do programa de prevenção para identificar possíveis alterações. “As avaliações de risco e inspeção da pele e os achados devem ser registrados no prontuário do paciente de forma a favorecer a continuidade do cuidado entre a equipe e garantir os aspectos legais da prática profissional”, reforça Maria Helena.

A educação dos profissionais, pacientes e familiares também deve fazer parte do Programa de Prevenção formal e informalmente. Manuais ou cartilhas de orientação podem auxiliar na compreensão das orientações e um enfermeiro estomaterapeuta ou especialista em enfermagem em dermatologia são profissionais capacitados para coordenar os Programas Institucionais de Prevenção de Lesão por Pressão e atuar junto aos Comitês de Segurança do Paciente.

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