Publicação aponta taxas de falhas e sugere soluções simples para minimizar esses episódios
Segundo estudos norte-americanos (1), cada paciente internado em hospitais dos Estados Unidos está sujeito a um erro de medicação por dia. Por lá, todos os anos são registrados cerca de 400 mil eventos adversos relacionados a medicamentos e há uma estimativa de que esses erros podem levar 7 mil pacientes a óbito.
No Brasil, relatório da Anvisa (2) mostra que de 1.500 erros de administração de medicamentos encontrados em cinco hospitais públicos, 77,3% estavam relacionados a falhas no horário das doses. Não à toa o Programa Nacional de Segurança do Paciente tem um tópico específico sobre protocolos de segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos.
Atravessando o oceano e chegando ao continente europeu, uma publicação (3) da plataforma britânica do Medscape noticiou, em setembro deste ano, que atrasos na medicação colocam a vida dos pacientes hospitalares em risco. E o ponto crucial dessa análise está no fato de que essas falhas são plenamente evitáveis.
No Reino Unido, inclusive, a Parkinson’s UK relançou a campanha “Get It On Time” para fomentar o cuidado com pacientes com Doença de Parkinson que estavam sofrendo atrasos importantes nas doses de medicamento durante suas internações. Segundo dados publicados, em 2022, 58% desses pacientes receberam a medicação fora do horário ideal.
O que eles alegam é que a questão do horário correto dos medicamentos deve ser tratada como prioridade no sistema de saúde, visto que um atraso de apenas 30 minutos pode representar um declínio clínico extremamente significativo.
Mas não foi somente entre os pacientes com Parkinson que os pesquisadores identificaram falhas e atrasos na medicação. O mesmo problema foi observado também em pacientes com diabete, epilepsia, HIV e problemas de saúde mental. O que eles revelam é que 37% das pessoas internadas com diabete e em tratamento com insulina vivenciaram pelo menos um erro na administração do medicamento ao longo da hospitalização.
Entre as soluções apontadas, uma chama a atenção por trazer mais autonomia ao paciente. Trata-se da permissibilidade para a autoadministração de medicamentos sempre que apropriado. Ou seja, um paciente que naturalmente toma insulina no dia a dia, pode seguir com esse processo também enquanto está internado, o que reduziria a chance de falhas.
Além disso, o que os estudiosos sugerem é a maior adesão à prescrição eletrônica e ao monitoramento de doses atrasadas e esquecidas, bem como o treinamento e capacitação profissional de toda a equipe de enfermagem.
Referências
(1) Taxa de erros na administração de medicamentos
(2) Boletim de Farmacovigilância aborda erros de medicação
(3) Medication Delays Putting Hospital Patients’ Lives ‘at Risk’
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