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Protocolo de prevenção de tromboembolismo venoso tem conceito multidisciplinar

Protocolo de prevenção de tromboembolismo venoso tem conceito multidisciplinar
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A prevenção do TEV requer o envolvimento da enfermagem, do médico e da farmácia clínica para que seja efeito e reduza a ocorrência de eventos adversos

O tromboembolismo venoso (TEV) é a obstrução das veias profundas por um trombo (coágulo de sangue) e tem como complicação mais grave a embolia pulmonar, que pode causar alterações respiratórias, circulatórias e até mesmo a parada cardíaca em um paciente. Dentro da seara de segurança do paciente e do gerenciamento de riscos clínicos de pacientes internados, a prevenção deste tipo de incidente é um dos indicadores de qualidade.

“O protocolo de tromboembolismo venoso, mais conhecido como prevenção do TEV, é um dos protocolos de gestão da segurança do paciente que tem um conceito multidisciplinar”, diz Karina Pires, enfermeira e diretora de operações do IBSP – Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente.

Confira, a seguir, entrevista com Karina Pires sobre a importância da atuação multidisciplinar na prevenção de TEV.

IBSP: Segurança do Paciente - Protocolo de prevenção de tromboembolismo venoso tem conceito multidisciplinar
Karina Pires (Foto: Marcelo Pereira/M11 Photos)

IBSP – O envolvimento de vários profissionais de saúde faz com que a prevenção de tromboembolismo venoso seja mais eficaz em ambiente hospitalar?
Karina Pires – O envolvimento da enfermagem, do médico e da farmácia clínica no processo de prevenção do TEV é essencial. A enfermagem, especialmente, deve fazer a avaliação do paciente na admissão. Além disso, é importante que a liderança do hospital esteja muito engajada para que esse protocolo permeie por toda a cadeia, em especial a liderança de enfermagem, pois é ela que faz a avaliação de cem por cento dos pacientes na admissão, seja ele um paciente internado ou um paciente cirúrgico.

IBSP – Como é a avaliação de TEV na admissão do paciente?
Karina Pires – A avaliação é rápida. O protocolo passa a ideia de complexidade, mas é importante salientar que ele possui um algoritmo rápido que pode ser implementado em menos de um minuto. Isso significa que a enfermeira pode fazer a avaliação inicial e reconhecer esse risco. Uma vez identificado, a equipe médica deve ser acionada para prescrever a profilaxia, seja ela medicamentosa ou mecânica e, posteriormente, viabilizar essa aplicação.

IBSP – O paciente precisa ser engajado no que é o risco de TEV?
Karina Pires – Um ponto importante é a orientação para os pacientes, que precisam ser orientados do que é o risco de TEV. Em especial, os oncológicos precisam ter o discernimento do que são os sintomas relacionados à sua doença e o que são os sintomas relacionados ao TEV. Já existem muitos trabalhos que evidenciam que, nos pacientes que são educados para sinais e sintomas da TEV, a intervenção precoce dá muito resultado, principalmente nos pacientes de alto risco.

IBSP – Em relação aos pacientes cirúrgicos, há alguma recomendação especial?
Karina Pires – As equipes multidisciplinares precisam saber que todos pacientes com risco de TEV que serão submetidos a qualquer procedimento cirúrgico precisam receber a profilaxia 12 horas da cirurgia.

IBSP – E para pacientes oncológicos?
Karina Pires – É preciso seguir deadlines e orientações específicas. De forma geral, a profilaxia para pacientes que não tem contraindicação, sangramento, sangramento ativo ou qualquer contraindicação deve ser feita 12 horas antes. E quando a profilaxia é oncológica, em geral, 12 horas após o procedimento cirúrgico também. Esse é um ponto crucial do protocolo e que deve ser gerenciado pela equipe de enfermagem, pela equipe médica e também pela farmácia clínica.

IBSP – Associar profilaxia medicamentosa com mecânica promove melhores resultados?
Karina Pires – A profilaxia para pacientes clínicos e cirúrgicos tem evidencias de melhores resultado quando usadas concomitantemente, ou seja, a profilaxia medicamentosa e a mecânica são aplicadas em conjunto, reduzindo o risco de eventos adversos.

IBSP – Acredita, então, que a enfermagem é decisiva para a melhora da segurança do paciente quando se trata da aplicação de protocolos em geral?
Karina Pires – A enfermagem atua diretamente na prática dos protocolos de prevenção que fazem parte de segurança do paciente, como sepse, prevenção de TEV, prevenção de queda. E mais que atuar, a liderança de enfermagem deve todo o processo. A gente não consegue ter resultados significativos e interdisciplinaridade, se não tivermos transparência e se a liderança não for engajada, porque a comunicação deve chegar à linha de frente e permear por todo esse processo. Então é fundamental a participação da liderança nesse processo.

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