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Protocolos: padronização das condutas deve respeitar cada paciente para atendimento ter excelência

Protocolos: padronização das condutas deve respeitar cada paciente para atendimento ter excelência
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Segundo gerente de qualidade do Hospital Santa Paula, a área da saúde é complexa e a adesão aos protocolos clínicos reduz a variabilidade do cuidado

Seguir protocolos, prestar atendimento humanizado e implementar intervenções que realmente sejam aplicáveis e vivenciadas por todos na organização são algumas das formas que o Hospital Santa Paula encontrou de trabalhar os pilares da cultura de segurança. Recentemente, a instituição introduziu um roteiro de entrevistas, baseado no Protocolo de Londres, em que o profissional envolvido no incidente é convidado a estabelecer as ações corretivas para o evento em questão.

A gerente de qualidade do Hospital Santa Paula, Christiane Padovani, conta com exclusividade ao Portal IBSP quais as condutas que fortalecem a cultura de segurança como prática de gestão em saúde.

Christiane Padovani
Christiane Padovani

IBSP – Qual a importância do gerenciamento de riscos em uma instituição de saúde?
Christiane Padovani – O gerenciamento de riscos em saúde aborda a aplicação sistêmica e contínua de políticas, procedimentos e recursos na avaliação de riscos e eventos adversos que afetam a segurança, a saúde humana, a integridade profissional, o meio ambiente e a imagem institucional. Estas condutas fortalecem a cultura de segurança e permitem acessar informações dos colaboradores sobre suas percepções e comportamentos relacionados à segurança, identificando pontos fracos para que se possa implementar intervenções que realmente sejam aplicáveis e vivenciadas por todos na organização.

IBSP – Uma gestão eficaz dos protocolos clínicos resulta em mais segurança do paciente?
Christiane Padovani – Certamente. Quando trabalhamos com protocolos clínicos uniformizamos as condutas e diminuímos a variabilidade, o que é muito importante em uma área tão complexa como a saúde.

IBSP – Neste ponto, qual o papel da padronização de protocolos?
Christiane Padovani – Importante ressaltar que a padronização de protocolos clínicos deve permitir a individualização do cuidado, respeitando as características específicas de cada paciente. Além disso, a gestão de protocolos clínicos sempre traz o olhar multidisciplinar do cuidado, estabelecendo os papéis e interfaces de todos agentes da assistência. E, quando a instituição gerencia estes protocolos, certamente pode trabalhar melhorias concretas baseadas nas melhores práticas e no uso de indicadores de desempenho dos resultados clínicos.

IBSP – Como aliar um atendimento humanizado com os protocolos de segurança?
Christiane Padovani – Como citado anteriormente, a padronização das condutas deve respeitar as características individuais de cada paciente, tornando o cuidado humanizado com excelência, e não mecânico. Não é para engessar a postura profissional. Acredito que muito do cuidado humanizado vem do ambiente de trabalho da organização. E isso nos faz voltar para a cultura de segurança, onde os profissionais se sentem confortáveis em se comunicar, estão propensos a ouvir, e isso é levado até a ponta do cuidado e percebido pelo cliente final.

IBSP – A acreditação hospitalar pode contribuir na prática para a melhoria da qualidade e da segurança do paciente?
Christiane Padovani – Embora a acreditação hospitalar não garanta qualidade e segurança, ela é um grande e importante aliado para que todos na organização abracem a causa da melhora contínua. As avaliações de terceira parte estimulam esforços periódicos, com olhar externo baseado em padrões reconhecidos das melhores práticas. É um movimento em crescimento, sem volta.

IBSP – O que o Santa Paula tem feito na área de segurança do paciente que esteja surtindo efeito positivo?
Christiane Padovani – Convidamos os profissionais da assistência para as reuniões da comissão de gerenciamento de riscos para que evidenciem que as notificações realizadas por eles são tratadas estrategicamente, pois temos membros de diretoria neste fórum de discussão. E para que percebam que as ações desta comissão não estão voltadas para a punição. E recentemente introduzimos um roteiro de entrevistas, baseado no Protocolo de Londres, em que o profissional envolvido no incidente é convidado a estabelecer as ações corretivas para o evento em questão.

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