Ainda há muito no que avançar em segurança e qualidade na saúde no Estado, como manutenção dos Núcleos de Segurança do Paciente nos hospitais e também na formação do profissional de saúde
A realização do I Simpósio de Segurança do Paciente e Qualidade de Vida do Profissional em Saúde, realizado em João Pessoa, na Paraíba, nos dias 11 e 12 de novembro, mostra que o Estado nordestino está engajado na luta por um atendimento seguro e de qualidade aos pacientes. “Nossa proposta foi a de ofertar momentos de reflexão e abordagem crítica sobre inovação, educação e ensino com foco na qualidade e segurança do paciente, buscando a melhoria dos processos oferecidos à população”, disse Maria Alenita de Oliveira, que realizou a cerimônia de abertura do evento e é gerente de risco do Hospital Municipal Santa Isabel e integrante do núcleo de segurança do paciente do Hospital Padre Zé, ambos na capital paraibana.
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IBSP – Como está o cenário de segurança do paciente na Paraíba?
Maria Alenita de Oliveira – No último ano houve um avanço, já que o Ministério Público estimulou o cumprimento da norma relacionada à criação dos núcleos de segurança do paciente nos hospitais. O tema é restrito em muitos locais, não é de conhecimento da maioria das pessoas, tanto do ponto de vista de graduação de enfermagem ou na medicina. Então, há de se fazer um trabalho com esse estudante, a fim de incutir o tema em todas as áreas da educação.
IBSP – Segurança do paciente não faz parte da grade curricular de nenhum dos cursos de graduação em medicina da Paraíba?
Maria Alenita – Não. Percebo que os alunos não tem conhecimento de meta internacional de segurança, então, é um campo completamente novo. Então, precisa-se fazer um trabalho para colocar este tema na graduação para o bem da saúde sob o ponto de vista geral.
IBSP – E como é a realidade do ponto de vista hospitalar?
Maria Alenita – Alguns hospitais da Paraíba já têm o Programa Nacional de Segurança do Paciente implantado e Núcleos de Segurança do Paciente atuantes, incluindo implantação de protocolos, coleta de indicadores e monitoramento de resultado, além do gerenciamento de risco.
IBSP – Qual a principal entrave que encontram?
Maria Alenita – Nossa principal dificuldade é infraestrutura, já que nos hospitais públicos nós temos barreiras como orçamento e disponibilidade de insumos. Mas meu ponto de vista é que se pode fazer bem ou mal uma ação. Nós temos de nos acostumar a fazer da maneira correta, independentemente da falta de insumos.
IBSP – Quais os desafios em segurança do paciente na Paraíba?
Maria Alenita – Consolidar as ações após a implantação, garantindo que o Programa Nacional de Segurança do Paciente continue e nos traga resultados efetivos de qualidade na saúde. Precisamos trabalhar a cultura de todos os profissionais de saúde envolvidos para termos certeza que o programa seja mantido, a fim de que haja continuidade das ações. Além disso, também temos como objetivo sensibilizar a gestão sobre a importância e relevância do tema.
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