Psicólogo do Reino Unido especializado em segurança do paciente acredita que, à medida que os padrões melhoram, identificamos novos problemas de segurança
“Pacientes, profissionais de saúde e administradores querem assegurar que sua organização de saúde seja segura. Entretanto, não há um consenso sobre o que pensamos quando nos perguntamos se nossa instituição é segura ou se esta segurança é efetivamente alcançada na prática”, diz Charles Vincent, keynote speaker do III Simpósio Internacional de Qualidade e Segurança do Paciente, realizado pelo IBSP entre os dias 25 e 27 de abril de 2018.
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Outra questão de relevância para o especialista em qualidade e segurança do paciente é os caminho que a atenção domiciliar segue atualmente, já que o homecare ganha em complexidade a cada dia. “Os benefícios do cuidado em casa são conhecidos, mas os riscos precisam ser explorados”, diz.
Confira, a seguir, a entrevista com CHARLES VINCENT.
IBSP – Por que a atenção domiciliar se tornou importante no campo de segurança do paciente?
Charles Vincent – Pacientes e famílias estão ganhando mais responsabilidade no cuidado fora do hospital e nos tratamentos domiciliares, realizando, inclusive procedimentos bastante complexos, estando sujeitos a erros e a prejudicar seus familiares.
IBSP – É possível alcançar uma meta de zero eventos adversos?
Charles Vincent – Sim, é possível em situações em que os processos sejam previsíveis e muito bem controlados. Mas nem sempre o objetivo principal é mais segurança. Por exemplo, a autonomia e a vida independente podem ser mais importantes do que a segurança absoluta de um paciente, a depender de seus valores pessoais.
IBSP – Que avanços na segurança do paciente no Reino Unido você poderia citar?
Charles Vincent – Obtivemos algum sucesso na conscientização sobre segurança, análise de incidentes e lançamento de iniciativas nacionais de segurança. A principal lição a ser aprendida é que melhorar a segurança exige que as pessoas das organizações de saúde respondam adequadamente aos problemas de segurança.
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IBSP – O que falta para avançarmos mais em direção a um sistema de saúde que entregue mais valor ao paciente?
Charles Vincent – Acredito que seria útil para os líderes de saúde, e especialmente os conselhos de hospitais e outras organizações, ter uma melhor compreensão da segurança e da qualidade para complementar seu conhecimento de finanças e economia.
IBSP – O que você espera para a próxima década dentro do campo da segurança do paciente?
Charles Vincent – Certamente podemos ser otimistas. No entanto, devemos reconhecer que a segurança nos cuidados de saúde, como qualquer outra indústria, é uma preocupação permanente. Desse mesmo modo nunca houve ou haverá um momento em que digamos: alcançamos a plenitude em segurança. O ritmo de mudança e inovação nos cuidados de saúde é muito rápido, e também devemos reconhecer que a segurança nos cuidados de saúde é um “alvo em movimento”. À medida que os padrões melhoram, identificamos novos problemas de segurança.
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