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“Usar o termo ‘Lesão por pressão’ é mais preciso”, avalia enfermeira da USP

“Usar o termo ‘Lesão por pressão’ é mais preciso”, avalia enfermeira da USP
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Segundo enfermeira, nem todos os estágios referem-se à perda de integridade cutânea, por isso a nova terminologia é mais clara e eficaz

 

Toda mudança gera desconforto até que os envolvidos se apropriem dos novos conceitos e diretrizes. No caso da nova terminologia ‘Lesão por Pressão’, anunciada pelo National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), em abril de 2016, houve uma deixou-se de usar úlcera de pressão para se referir a todas as lesões cutâneas. Agora, o termo “lesão por pressão” deve ser utilizado por todos os profissionais de saúde, pois descreve com mais precisão as lesões em peles intactas e ulceradas.

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O IBSP conversou com a enfermeira Vera Lúcia Conceição de Gouveia Santos, professora associada 3 do Departamento de Enfermagem Médico-Cirúrgica da Escola de Enfermagem da USP e diretora do departamento de Relações Internacionais da SOBEST.

IBSP – A antiga terminologia causava confusão no dia a dia no hospital? Por que foi necessário fazer essa atualização do conceito? Usar a expressão “lesão por pressão” descreve de forma mais precisa esse tipo de lesão?
Vera Lúcia Conceição de Gouveia Santos Na verdade, ao incluir-se a palavra “úlcera” na expressão “úlcera por pressão”, causava confusão, pois nem todos os estágios referem-se à perda de integridade cutânea. Úlcera é considerada uma lesão secundária de pele, definida como “perda localizada de epiderme e derme, podendo atingir músculo e ossos”. Na publicação do Consenso tem-se que: “Segundo o NPUAP, a expressão descreve de forma mais precisa esse tipo de lesão, tanto na pele intacta como na pele ulcerada. No sistema prévio do NPUAP, o Estágio 1 e a Lesão Tissular Profunda descreviam lesões em pele intacta enquanto as outras categorias descreviam lesões abertas. Isso causava confusão porque a definição de cada um dos estágios referia-se à úlcera por pressão” e, portanto, à pele ulcerada e não intacta”.

IBSP – Quais mudanças o novo consenso traz efetivamente?
Vera Lúcia Além da mudança da terminologia úlceras por pressão por lesões por pressão, na nova proposta, os algarismos arábicos passam a ser empregados na nomenclatura dos estágios ao invés dos romanos. O termo “suspeita” foi removido da categoria diagnóstica Lesão Tissular Profunda e outras definições de lesões por pressão foram acordadas e adicionadas: Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico e Lesão por Pressão em Membrana Mucosa. Os estágios e respectivas ilustrações foram também revisados.

IBSP – Quais as vantagens de se utilizar a expressão “lesão por pressão”?
Vera Lúcia Trata-se de expressão mais acurada, pelos motivos expostos anteriormente. Além disso, a atualização realizada pelo NPUAP foi baseada em processo científico amplo e de caráter internacional, que incluiu revisões sistemáticas de literatura, opiniões de especialistas do mundo todo utilizando discussões abertas e presenciais, durante congressos, e consulta pública online. Além disso, o desenvolvimento final do consenso foi realizado por meio de votação em discussão aberta com a presença de mais de 400 especialistas, americanos e estrangeiros.

IBSP – E há alguma desvantagem?
Vera Lúcia Toda a mudança causa um impacto inicial até que todos a conheçam e dela se apropriem, mas de maneira adequada, com processo de treinamento teórico-prático.

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