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Utilização de dados eletrônicos leva à tomada de decisão mais segura na escolha do tipo de cateter 

Utilização de dados eletrônicos leva à tomada de decisão mais segura na escolha do tipo de cateter 
Utilização de dados eletrônicos leva à tomada de decisão mais segura na escolha do tipo de cateter
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Estudo realizado nos Estados Unidos mostra que avaliar pedidos médicos eletrônicos pode auxiliar na adoção de cateter de linha média ou de PICC de lúmen único 

Pesquisadores da Universidade do Colorado e da Universidade de Tulane, ambas nos Estados Unidos, promoveram um estudo (1) para avaliar o impacto da utilização de pedidos eletrônicos do banco de dados de um centro médico para a melhor tomada de decisão quanto à opção entre o cateter de linha média e o cateter venoso central de inserção periférica (PICC). 

Impulsionado pelas evidências de que a utilização inapropriada do PICC, principalmente daqueles de lúmem múltiplo, aumenta o risco de complicações dos pacientes, o estudo analisou adultos hospitalizados ao longo de dois períodos específicos: antes da intervenção, entre janeiro e novembro de 2017, e depois da intervenção, entre novembro de 2017 e dezembro de 2019. Ao todo, os pesquisadores observaram a utilização de quase 9 mil cateteres. 

O desfecho primário era averiguar a diferença de proporção de uso do cateter de linha média e do PICC de lúmen único nos dois períodos. Uma primeira informação é que houve um aumento considerável no uso dos dois modelos, sugerindo que o suporte eletrônico possa ter dado mais segurança ao processo de tomada de decisão no uso desses cateteres na prática. Antes da intervenção de tomada de decisão baseada em registros eletrônicos, o percentual de cateter de linha média era de 16,5% e de PICC de lúmen único de 27,2%. Esses valores subiram, respectivamente, para 21,4% e 32,7%. 

Porém, paralelamente, a substituição de cateteres de linha média por PICC também subiu de 15,2% para 26,2%, o que leva ao questionamento do motivo da substituição de um dispositivo menos invasivo por um mais invasivo. 

Outro estudo (2), dessa vez retrospectivo envolvendo dados de 26 meses de 48 hospitais de Michigan (EUA), associou o PICC a um risco acentuado de infecção da corrente sanguínea quando comparado com o cateter de linha média naqueles pacientes submetidos a passagem desses dispositivos. Além disso, na utilização do cateter de linha média, as taxas de oclusão do dispositivo foram consideravelmente menores. 

O Dr. Lucas Zambon, Diretor Científico do IBSP aponta que:

A despeito dos estudos não terem sido feitos em nossa realidade, a discussão em torno do tema é absolutamente pertinente. Muitos serviços hospitalares passaram a se valer do PICC nos últimos anos como alternativa a cateteres venosos centrais ou mesmo à troca frequente de acessos periféricos para casos em que há previsão de longo tempo de uso de uma via de infusão. Porém ainda vemos pouca discussão a respeito do uso dos cateteres de linha média, para os quais as evidências vêm sugerindo um maior grau de segurança. É importante que este tema se torne pauta nas organizações de saúde no Brasil. 

Referências

(1) Promoting appropriate midline catheter and PICC placement through implementation of an EHR-based clinical decision support tool: An interrupted time-series analysis 

(2) Safety and Outcomes of Midline Catheters vs Peripherally Inserted Central Catheters for Patients With Short-term Indications 

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