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Qualidade da alta: processo exige equipes conectadas, boa comunicação e exímia supervisão

Qualidade da alta: processo exige equipes conectadas, boa comunicação e exímia supervisão
Qualidade da alta: processo exige equipes conectadas, boa comunicação e exímia supervisão
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Transição do paciente para casa ou para serviços de menor complexidade precisa de monitoramento para garantia da qualidade 

Há um termo sendo bastante utilizado no cenário internacional da saúde que diz respeito à avaliação da alta dos pacientes. Intitulado Discharge to Assess (D2A), refere-se ao cenário em que o paciente está clinicamente estável para receber a alta, mas ainda se sente inseguro de seguir diretamente para casa.

Dessa forma, ele é encaminhado a um serviço de saúde de menor complexidade — como hospitais de transição, lar de idosos ou casas de repouso — para seguir com o acompanhamento. Esse foi um método bastante utilizado durante a pandemia para a liberação de leitos sem o comprometimento da segurança dos pacientes. 

Mas será que esse processo garante um atendimento pós-alta de qualidade? Na Inglaterra, país onde o atraso nas altas hospitalares representa desafios para os sistemas de saúde, uma avaliação buscou compreender o impacto, a capacidade, os processos e as barreiras associadas ao D2A e quais as melhores práticas utilizadas no país.  

Para a avaliação, foram entrevistados 29 profissionais da área da saúde que atuaram na implementação do D2A em três locais distintos a fim de compreender visões gerais sobre o processo como via de alta hospitalar, experiências relacionadas à implementação e outros tópicos pertinentes ao papel do profissional. 

Em primeiro lugar, é interessante compreender qual a diferença entre um processo de alta D2A e a alta tradicional.

Segundo a publicação, no caso do D2A, o paciente recebe alta para casa ou para um local comunitário de atendimento onde permanecerá por até quatro semanas sob cuidados e reabilitação (no caso da Inglaterra, financiado pelo NHS, Serviço Nacional de Saúde local).

Além disso, toda a avaliação de necessidades de longo prazo é realizada nesse ambiente, no período posterior à alta. 

Recomendações para a qualidade da alta 

Como resultado, os pesquisadores listaram temas que precisam ser bem observados na adoção de um processo D2A: 

  1. Trabalho multidisciplinar 

Entre os itens que foram mencionados e que estão relacionados ao trabalho multidisciplinar estão a necessidade de as equipes terem habilidades e conhecimentos específicos para atender esses pacientes, especialmente aqueles com necessidades mais particulares; e de haver uma coordenação dos cuidados eficaz. Além disso, a conexão entre todas as equipes que constituem o processo também foi citada como ponto crucial.  

  1. Informação 

Dentro da temática de informação, foram levantados pontos como a importância das avaliações envolvendo desde informações básicas, porém necessárias, para a alta, até os detalhes que envolvem o final do processo D2A.

Para isso, a utilização de um registro único e dinâmico do usuário (a exemplo de um prontuário eletrônico integrado e que pudesse ser acessado pelos diferentes serviços de saúde) seria primordial.  

  1. Supervisão operacional 

Outra questão levantada diz respeito à preocupação de que não houvesse uma supervisão eficiente durante toda a transição do paciente. Para isso, é necessário que as funções dentro do processo de D2A sejam muito bem definidas e de conhecimento de todos.  

Por fim, foram elencadas quatro recomendações para que o processo D2A seja implementado com eficiência, qualidade e segurança para os pacientes: assegurar que todos tenham total compreensão acerca dos processos locais; elevar os padrões de comunicação entre as equipes e também junto aos pacientes, familiares e cuidadores; ter uma supervisão operacional focada; medir os resultados para investir na melhoria contínua. 

Referência 

(1) Discharge to Assess: an evaluation of three case studies in the southeast of England to inform service improvement  

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