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Burnout na enfermagem: quando o esgotamento do profissional compromete a segurança do paciente

Burnout na enfermagem: quando o esgotamento do profissional compromete a segurança do paciente
Burnout enfermagem
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Revisão sistemática aponta que o burnout entre enfermeiros está associado a mais quedas, infecções nosocomiais e erros de medicação

Uma revisão sistemática (1) publicada em 2024 na revista International Journal of Nursing Studies analisou 85 estudos realizados nos últimos 10 anos, envolvendo mais de 289 mil enfermeiros de 32 países. O objetivo foi avaliar se o burnout, síndrome do esgotamento profissional, impacta diretamente a qualidade da assistência e a segurança do paciente.

Os dados reunidos mostram um cenário preocupante. A prevalência de burnout entre enfermeiros varia de 11% a 56%, sendo que, no Brasil, um estudo (2) conduzido com 1.760 profissionais apontou que cerca de 42% apresentavam níveis moderados ou altos de esgotamento.

A revisão encontrou evidências claras de que esse quadro está fortemente relacionado a uma cultura organizacional de segurança mais frágil, além de maior frequência de eventos adversos como infecções nosocomiais, quedas, erros de medicação, incidentes de segurança e até omissão de cuidados.

Apesar de não haver associação direta com maior incidência de lesões por pressão, o burnout também foi vinculado a uma percepção de menor qualidade assistencial por parte dos próprios pacientes. Em instituições de longa permanência, por exemplo, níveis elevados de esgotamento entre profissionais de enfermagem estiveram associados a maior uso de sondas e cateteres urinários, o que pode indicar uma prática menos centrada no cuidado individualizado.

O impacto do burnout independe de variáveis como idade, gênero, nível de experiência ou especialidade clínica, reforçando o caráter estrutural e sistêmico do problema. No entanto, a análise apontou uma tendência de menor comprometimento da qualidade da assistência entre profissionais com maior grau de escolaridade. Isso sugere que estratégias de enfrentamento devem incluir investimentos em educação continuada, suporte institucional e melhoria das condições de trabalho, tanto para mitigar o burnout quanto para proteger a segurança do paciente.

Referências:

(1) Nurse Burnout and Patient Safety, Satisfaction, and Quality of Care

(2) Burnout entre enfermeiros: um estudo multicêntrico comparativo

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