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Paciente com COVID-19 – Pode ou não pode acompanhante?

Paciente com COVID-19 – Pode ou não pode acompanhante?
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IBSP: Segurança do Paciente - Paciente com COVID-19 - Pode ou não pode acompanhante?Um dos medos disseminados pelos cidadãos sobre precisar de hospitalização diante de uma infecção pelo novo coronavírus estava relacionado ao fato de que quem fosse internado permaneceria sozinho, sem a família por perto, durante todo o tempo de internação. Essa medida foi tomada de forma drástica como uma das diretrizes para conter a disseminação desse patógeno altamente transmissível. A restrição às visitas e ao acompanhante não foi imposta sem critérios, mas foi entendida como a melhor alternativa em uma crise gerada por uma doença ainda muito pouco conhecida.

Porém, nos últimos meses, pesquisas, estudos e novos protocolos começaram a surgir a fim de minimizar o impacto negativo da solidão durante a internação desses pacientes. Foi com base nessa expectativa que a Planetree International e a The Pionner Network elaboraram, por meio de uma coalizão internacional composta por membros da sociedade civil ao lado de especialistas em saúde, segurança e qualidade, um documento (1) com novas diretrizes para que os sistemas de saúde possam preservar a presença da família no ambiente hospitalar.

Segundo o material, com um plano muito bem elaborado e seguido à risca, é possível permitir que os pacientes internados com COVID-19 tenham, ao seu lado, um membro da família para dar acolhimento e suporte durante esse período bastante difícil que o mundo está vivendo. Para tal, foram listadas oito diretrizes principais:

1. Avaliar e reavaliar de forma contínua as evidências mais atuais para verificar a necessidade de restrições;
2. Reduzir o risco das presenças ao seguir todas as diretrizes de controle de infecção;
3. Manter uma comunicação clara e eficiente com todos os familiares para que cumpram as restrições impostas;
4. Tornar claro os critérios para exceções às restrições;
5. Buscar alternativas para minimizar o isolamento do paciente quando a família de fato não puder estar presente;
6. Caso a família possa estar presente, manter uma tomada de decisão compartilhada comunicando os riscos e benefícios de forma clara;
7. Dividir, com a família, a responsabilidade de cumprimento dos protocolos de segurança estabelecidos;
8. Informar sobre a decisão de alta e o acompanhamento do paciente para garantia de segurança na transição dos cuidados.

A meta de todos os envolvidos nessa coalizão é equilibrar a segurança clínica com as necessidades socioemocionais desses pacientes, bem como garantir equilíbrio entre as carências individuais de cada infectado com o novo coronavírus e as demandas populacionais. Além disso, o documento visa fortalecer a premissa de que os sistemas de saúde no mundo inteiro devem priorizar os cuidados centrados no paciente.

Por que a humanização é tão relevante?

Quando um sistema de saúde preza pelo atendimento centrado no paciente, automaticamente ele deve estender essa preocupação aos familiares e outras pessoas que prestam suporte a cada paciente que está sob os cuidados de uma unidade hospitalar, lembrando que é considerado “familiar” qualquer pessoa que for apontada pelo paciente como seu principal contato, mesmo que não tenha qualquer vínculo sanguíneo com o assistido.

Fazendo uma análise mais aprofundada sobre as diretrizes elaboradas pela coalizão e listadas acima, o JAMA Network (2) relembrou que manter a família por perto traz benefícios clínicos, psicológicos e emocionais significativos para esses pacientes e comprovados em múltiplos estudos publicados.

Para a National Academy of Medicine, por exemplo, é importante que a família não atue apenas como espectadora do quadro do paciente, mas que seja incluída como membro da equipe de cuidados. Além disso, a Joint Commission recomenda que a família deve ser autorizada a participar dos cuidados das pessoas em tratamentos paliativos, ou seja, que estão no fim da vida, como forma de proporcionar conforto e acolhimento ao paciente.

Segundo relatado pelo JAMA, até mesmo os partos foram impactados durante a pandemia de COVID-19, visto que mulheres prestes a entrar em trabalho de parto acabaram buscando alternativas longe de suas comunidades para que pudessem contar com a presença de seus parceiros no momento do nascimento dos bebês.

Referências:

(1) Person-Centered Guidelines for Preserving Family Presence in Challenging Times

(2) Guidelines for Family Presence Policies During the COVID-19 Pandemic

 

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