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Estratégias de comunicação podem reduzir taxa de incidentes pós-alta

Estratégias de comunicação podem reduzir taxa de incidentes pós-alta
Estratégias de comunicação podem reduzir taxa de incidentes pós-alta
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Estudo sugere resultados positivos na utilização da ferramenta I-PASS somada a outras abordagens

A transição de cuidados sempre foi ponto crítico para a segurança do paciente, fazendo com que a comunidade científica global dedicasse esforços para compreender estratégias a fim de reduzir os incidentes. Em 2019, uma publicação (1) do PSNet (Patient Safety Network) apontou que 20% dos pacientes apresentam eventos adversos até três semanas após a alta, sendo que quase ¾ deles poderiam ser evitados ou amenizados.

Esse documento traz uma lista de abordagens importantes para a prevenção desses eventos, envolvendo reconciliação de medicamentos, comunicação estruturada e educação do paciente.

Dando sequência às investigações sobre o assunto, no início de outubro, foi publicado um outro estudo (2) que sugere uma intervenção para pacientes pediátricos complexos e que têm alta hospitalar a fim de observar as taxas de incidentes após a ida para casa e as readmissões e visitas ao pronto-socorro.

A intervenção, desenvolvida por uma equipe multidisciplinar, consistia em agrupar a ferramenta de transferência I-PASS* a uma chamada telefônica pós-alta, um resumo estruturado da alta e uma comunicação de transferência.

No período analisado (de abril de 2018 a março de 2020), houve um total de 199 incidentes, sendo 60% relacionados a medicamentos, 15% a equipamentos e 11% a atrasos tanto no agendamento quanto na realização dos atendimentos.

Com a intervenção, o time notou:

  • Redução de 36,4% na taxa de incidentes por alta
  • Redução significativa dos erros não prejudiciais e problemas de qualidade
  • Redução de 12,6% para 3,4% na taxa de visitas ao pronto atendimento nos 30 dias seguintes à alta
  • Redução de 15,8% para 10,2% na taxa de readmissão hospitalar nos 30 dias seguintes à alta

Dessa forma, o estudo sugere que investir em um protocolo de transferência pós-alta pode auxiliar na redução de incidentes, melhorando a segurança dos pacientes e a qualidade da assistência.

I-PASS

Criado por Christopher Landrigan e Amy Starmer, médicos pediatras que atuavam no Hospital Infantil de Boston, o I-PASS é um programa de transferência composto por ferramentas de comunicação e formação que estimulam a troca de informações tanto verbal quanto por escrito de uma forma estruturada.

Trata-se de um mnemônico simples (3):
I – Ilness severity (Gravidade da Doença)
P – Patient Summary (Resumo do paciente)
A – Action list (Lista de ações)
S – Situational Awareness (Conscientização sobre a situação atual)
S – Synthesis of the information (Síntese das informações)

Ao testar a ferramenta, um estudo (4) que envolveu 32 hospitais diversos encontrou, após a implementação do I-PASS, uma redução de 47% nos eventos adversos.

A propósito, o Dr. Lucas Zambon, Diretor Científico do IBSP, comenta:

Uma das metas do Plano Nacional de Segurança do Paciente é exatamente de obtermos maior segurança na comunicação. As transições de cuidado são excelentes oportunidades para gerenciamento de riscos e implementação de boas práticas para evitar eventos adversos.

Referências

(1) Readmissions and Adverse Events After Discharge

(2) Reduced Postdischarge Incidents After Implementation of a Hospital-to-Home Transition Intervention for Children With Medical Complexity

(3) I-PASS this patient to you: Improved hospital ‘handoffs’ cut adverse events by almost half

(4) Implementation of the I-PASS handoff program in diverse clinical environments: A multicenter prospective effectiveness implementation study

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