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Cuidado no transporte de pacientes em uso de oxigenoterapia nasal de alto fluxo

Cuidado no transporte de pacientes em uso de oxigenoterapia nasal de alto fluxo
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IBSP: Segurança do Paciente - Cuidado no transporte de pacientes em uso de oxigenoterapia nasal de alto fluxoPrezando pela segurança dos pacientes, o sistema de saúde inglês identificou uma possível falha em seus processos que ampliava o risco de morte de pessoas que são internadas e que precisam da oxigenoterapia nasal de alto fluxo (ONAF ou HFNOT no idioma inglês), terapia comumente utilizada no gerenciamento de cuidados intensivos e nas alas responsáveis por tratar insuficiências respiratórias devido aos seus benefícios como melhora da FiO2 e maior conforto do que o obtido na entrega de oxigênio frio e seco.

Depois de observar quatro óbitos nos últimos dois anos causados pela interrupção do fornecimento de oxigênio durante o deslocamento desses pacientes entre as áreas hospitalares, o NHS England e o NHS Improvement emitiram um alerta nacional (1).

Neste alerta, que visa a proteção de todo e qualquer paciente hospitalizado e que faz uso da oxigenoterapia nasal de alto fluxo, o sistema inglês reforça que muitos dos dispositivos utilizados dependem de energia elétrica e param de entregar oxigênio durante a transferência do paciente. Alguns modelos contam com um sistema de fornecimento ininterrupto de energia – muitos deles por meio de um no-break –, mas esse não é um padrão de todos os dispositivos.

Dessa forma, os especialistas apresentaram diferentes hipóteses que levaram a esses óbitos, entre elas o fato de que alguns funcionários do hospital podem acreditar que o equipamento conta com uma bateria interna que manterá o fornecimento durante a locomoção do paciente; as equipes não percebem que esse paciente tem rápida deterioração de seu estado de saúde durante o tempo em que passa sem o suporte; muitos podem acreditar que métodos menos intensivos de entrega de oxigênio podem substituir adequadamente a oxigenoterapia nasal de alto fluxo; os profissionais podem confundir a terapia de alto fluxo com a terapia de baixo fluxo; as equipes iniciam a oxigenoterapia nasal de alto fluxo na área de emergência do hospital e somente depois percebem que não terão energia elétrica em uma fonte suplementar para a transferência desse paciente para outro setor.

Como forma de minimizar esse risco, o NHS sugere que:

  • Sejam identificados todos os equipamentos para oxigenoterapia nasal de alto fluxo que não dispõem de um modo de transporte
  • Esses dispositivos sejam identificados de forma visível informando que mesmo pequenas falhas no fornecimento de energia elétrica levarão à interrupção da oxigenoterapia e possível parada respiratória ou cardíaca; e sugerindo que a terapia não deve ser iniciada na ala de emergência sem que haja um plano para transferência desse paciente
  • As instituições que contam com no-breaks para fornecimento ininterrupto de energia devem armazená-los em locais com acesso fácil 24 horas por dia, sete dias por semana; e devem identificar os equipamentos de oxigenoterapia com a instrução sobre a localização de um no-break (mantendo, sempre, todos os no-breaks organizados e carregados para o próximo uso).

Oxigenoterapia na COVID-19 – Documento divulgado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) revela que apesar da maioria das pessoas infectadas pelo novo coronavírus terem apenas doença leve ou moderada, cerca de 15% chegam à gravidade e carecem de oxigenoterapia (2). Porém é muito importante reforçar que, segundo a AMIB (Associação de Medicina Intensiva Brasileira) (3), o uso da ventilação não invasiva (VNI) e de cânulas nasais de alto fluxo (HFNC) são contraindicados em pacientes com COVID-19 pela OMS devido ao potencial de aerossolização e eliminação de gotículas que potencializam a contaminação dos profissionais envolvidos, já que não foi estabelecido benefício da terapia no tratamento de falência respiratória hipoxêmica.

A Associação reforça que a nebulização de qualquer tipo gera inúmeros aerossóis e deve ser evitada ao máximo, assim como o uso de dispositivos que utilizem alto fluxo de O2.

Assim, a oxigenoterapia com cânulas nasais com baixo fluxo e com fluxos mais elevados na máscara com reservatório surgem como alternativas de menor risco ao profissional de saúde. Além disso, a intubação orotraqueal precoce é preconizada já que existem particularidades de segurança necessárias ao procedimento.

Referências:

Protocolo de Suplementação de Oxigênio em Paciente com Suspeita ou Confirmação de Infecção por Covid-19

 

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