Quem passa por evento adverso tem o direito de saber como o hospital encarou aquele fato e o que faz para que isso não ocorra novamente. Essa é a visão mais ética diante de um erro médico. Porém, nem todas as instituições e profissionais de saúde estão preparados e aptos para proceder com o Disclosure. “Isso é um dever ético e ato de compromisso com melhoria do sistema”, diz Dr. Renato Vieira, gerente médico corporativo no Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo e consultor do IBSP.
Segundo Dr. Renato, assumir um erro é um tabu dentro da equipe médica e comunicar isso para quem sofreu o dano é um tabu maior ainda. Isso porque o profissional tem uma série de receios, como o de o vínculo com paciente se romper e não conseguir mais trata-lo ou até o medo da instituição puni-lo. “Nesse momento, o apoio da instituição é muito importante. A transparência protege o médico e valoriza a pessoa que, frente a um evento adverso, consegue ser transparente e responsável”, acredita Dr. Renato.
Porém, no dia a dia do hospital, a grande dificuldade é garantir que a primeira ação entre em um fluxo coerente e rápido, com primeira comunicação do evento adverso, análise rápida pela equipe e conclusão com devolutiva ao paciente envolvido. “Trata-se de um processo e não de uma simples comunicação e um erro. Isso, portanto, mitiga os riscos jurídicos e é um elevador ético muito importante na área da saúde”, finaliza Dr. Renato.
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