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Farmacêutico clínico é peça-chave na assistência ao paciente

Farmacêutico clínico é peça-chave na assistência ao paciente
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Farmacêutico clínico e segurança do paciente

 

Em 2000, a Federação Farmacêutica Internacional (FIP) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) redefiniram o papel do farmacêutico como cuidador, fundamentadas na valorização do ser humano e na atenção ao paciente. “A base do conhecimento do ensino farmacêutico também mudou e, em 2002, a formação do farmacêutico passou a ser generalista”, diz Vanusa Barbosa Pinto, coordenadora do núcleo de Assistência Farmacêutica HCFMUSP e diretora da Divisão de Farmácia ICHC.

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IBSP – Normalmente, os farmacêuticos têm uma graduação dirigida à indústria, mas pouco voltada para ajudar na assistência ao paciente. Como você enxerga a formação do farmacêutico clínico

Vanusa Barbosa – É mais generalista, mas ainda estamos longe de formarmos profissionais voltados à assistência ao paciente. Temos que trilhar um longo caminho para formação do farmacêutico clínico.

IBSP – Qual o caminho desse novo profissional da área de farmácia?

Vanusa Barbosa – O profissional que pretende seguir esta área de atuação precisa mais que a graduação, ou seja, deve procurar cursos de especialização, pós-graduação e até apostar residências multiprofissionais, que estão totalmente voltadas à farmácia clínica.

IBSP – Entretanto, existe uma demanda crescente nos hospitais por profissionais com este perfil assistencial? Se sim, por quê?

Vanusa Barbosa – Posso citar dois principais motivos. O primeiro está relacionado às acreditações, que focam o processo medicamentoso racional, onde a atuação do farmacêutico clínico é indispensável.
Entendimento por parte dos gestores que uma terapêutica racional não só pode aumentar a qualidade da assistência, como também diminuir custos hospitalares e o farmacêutico clínico entra em várias etapas desse processo (avaliação de prescrição, seguimento farmacoterapêutico dos protocolos clínicos e interações medicamentosas, conciliação medicamentosa, orientação de alta entre outras).

IBSP – Quais os desafios de formar um profissional de farmácia com um olhar assistencial ao paciente?

Vanusa Barbosa – O profissional farmacêutico tem um perfil bem analítico, bastante ligado aos controles necessários para utilização de medicamentos, acredito que o maior desafio do farmacêutico e quebrar esse paradigma e formar profissionais que pensam de forma assistencial, focando mais no paciente e um pouco menos no medicamento, sem perder o controle necessário do ponto de vista logístico e da legislação.

IBSP – Quais universidades formam profissionais com esse perfil?

Vanusa Barbosa – No Brasil não tenho conhecimento de nenhuma. Essa formação está sendo adquirida com a prática e nos programas de residência farmacêutica.

IBSP – Na prática, como é o dia a dia de trabalho de farmacêutico clínico?

Vanusa Barbosa – O Farmacêutico clínico tem uma interface ampla, seja com os outros profissionais da farmácia hospitalar como com toda equipe multiprofissional. Isso requer varias habilidades e atitudes durante o dia de trabalho, levando esse profissional a praticar liderança, gestão de conflitos e tomadas de decisão diariamente. Quanto as atividades técnicas ele realiza conciliação e avaliação das prescrições médicas, intervenções farmacêuticas quando necessário, participa das visitas multiprofissionais para acompanhamento farmacoterapêutico dos pacientes, monitora interações medicamentosas e problemas relacionados a medicamentos e realiza orientação de alta hospitalar.

IBSP – Qual o papel do farmacêutico clínico para ajudar na segurança do paciente em hospitais

Vanusa Barbosa – O principal papel do farmacêutico clínico é atuar no ciclo medicamentoso, realizando suas atividades, acima descritas, com foco nas metas do Programa Nacional de Segurança do Paciente, auxiliando para cultura de segurança no hospital.

IBSP – Além disso, gostaria que você desse algumas dicas de como um farmacêutico deve orientar os pacientes na administração das receitas.

Vanusa Barbosa – O farmacêutico deve orientar os pacientes quanto ao entendimento da sua receita (qual medicamento está prescrito, como tomar, os horários e posologia e via de administração correta), como guardar seus medicamentos, como se organizar para não esquecer as tomadas e tomar de maneira correta, como medir as quantidades na hora de tomar (gotas, metades, colheres medidas), o que fazer quando esquece uma dose, orientar sobre efeitos adversos e sobre os problemas da auto medicação entre outros.

 

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