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Gestão da qualidade – Medida essencial para a segurança do paciente

Gestão da qualidade – Medida essencial para a segurança do paciente
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IBSP: Segurança do Paciente - Gestão da qualidade – Medida essencial para a segurança do pacienteSão inúmeras as atividades inerentes à gestão da qualidade em saúde. Visando ampliar a satisfação dos pacientes e contribuir para a garantia de sua segurança, os conceitos da gestão da qualidade são múltiplos e envolvem desde a identificação de potenciais problemas até o monitoramento das soluções propostas a fim de encontrar os melhores caminhos para cada processo instituído.

Artigo publicado na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde (1), atrela a gestão da qualidade à melhor assistência ao paciente e traz, também, algumas metodologias de avaliação já utilizadas em instituições de saúde no Brasil, tanto na rede pública quanto na saúde suplementar.

Segundo o texto assinado por Vera Lucia Bonato, doutora em administração hospitalar, a gestão da qualidade depende tanto das equipes que conduzem os processos assistenciais quanto dos gestores de hospitais, clínicas, unidades ambulatoriais, de emergência e consultórios. E o sucesso está vinculado à capacidade de criar soluções rápidas, que identifiquem as fragilidades do sistema e proponham alternativas para melhorá-las.

Acreditações e certificações são muitas vezes a porta de entrada para a gestão da qualidade em serviços de saúde, valendo-se de requisitos que norteiam as ações de melhoria. Enquanto a acreditação é um procedimento voluntário da avaliação dos recursos organizacionais criado para garantir a qualidade da assistência com base em padrões previamente definidos, a certificação é a comprovação da qualidade desses serviços executada por uma organização externa.

Um dos alertas emitidos pelo artigo de Bonato está no fato de que muitas vezes mesmo contando com dispositivos de qualidade, muitos serviços de saúde pecam no monitoramento e no controle da qualidade alcançada.

Ferramentas da Qualidade

São diversas as ferramentas que podem ser implementadas pelos serviços de saúde na busca pela qualidade. O histograma, por exemplo, é muito utilizado para detalhar a frequência com que determinado cenário ocorre. É, na definição do Institute for Healthcare Improvement (IHI), um tipo especial de gráfico (2) capaz de destacar a variação em dados contínuos e permitir que as equipes de saúde identifiquem e analisem padrões.

Paralelamente, o Diagrama de Pareto (3) permite uma segmentação dos problemas para que a análise seja mais criteriosa. Segundo este conceito, também esclarecido pelo IHI, sempre que há um efeito comum observado em determinado grupo, há também um pequeno conjunto de fatores responsáveis por aquele desfecho. Na saúde, o Diagrama de Pareto é um gráfico que organiza causas e efeitos auxiliando na identificação dos fatores vitais àquele resultado. É interessante para que a equipe possa concentrar seus esforços nos principais motivadores daquela situação.

Tradicionalmente utilizado por diferentes gestões empresariais, o Plan-Do-Study-Act (PDCA), representa um ciclo importante dentro da gestão da qualidade. Segundo revisão sistemática de janeiro de 2017 (4), o PDSA (antigo PDCA) envolve uma sequência progressiva que promove o conhecimento e atua pela melhoria contínua dos processos. Começa com o planejamento, ou seja, a identificação de objetivos e problemas; segue com a criação e execução de testes das mudanças planejadas em pequena escala; na sequência promove um estudo dos dados encontrados; e, então, finaliza com a aplicação do conhecimento gerado, o que pode significar adotar a intervenção estudada, ampliá-la ou ainda abandoná-la, buscando nova alternativa.

Saúde baseada em Valor

O conceito da Saúde Baseada em Valor (Value-Based Healthcare, em inglês) vem ganhando corpo no Brasil e tem influência em todo o ciclo de cuidados, atuando inclusive em prol da qualidade da assistência.

Artigo publicado pelo The New England Journal of Medicine (5), resume a saúde baseada em valor no modelo de prestação de serviços no qual tanto a instituição hospitalar quanto o corpo clínico são remunerados com base no desfecho dos pacientes.

O texto reforça que, ao adotar esse formato, há aumento da eficiência da prestação de cuidados e consequente melhoria na satisfação dos usuários. Enfatiza, também, que toda a cadeia ganha: pacientes têm melhores resultados clínicos a menores custos; provedores são beneficiados com maior grau de satisfação dos clientes e melhorias efetivas na eficiência dos negócios; as fontes pagadoras têm maior controle dos custos e redução considerável dos riscos; os fornecedores podem alinhar o custo ao desfecho dos pacientes; e a sociedade como um todo torna-se mais saudável enquanto assiste à uma redução dos custos em saúde.

Curso online

O Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP) está com inscrições abertas para o curso online Gestão da Qualidade em Serviços de Saúde. A próxima turma terá início em 4 de agosto e, direcionada a profissionais de saúde já graduados ou que estão no último ano de graduação, abordará diversos temas relacionados à gestão da qualidade com o objetivo de conceituar as boas práticas relacionadas à qualidade e segurança do paciente. Clique AQUI para saber mais e se inscrever.

Referências:

(1) Gestão de qualidade em saúde: melhorando assistência ao cliente

(2) Histogram – Institute for Healthcare Improvement

(3) Pareto Chart – ​Institute for Healthcare Improvement

(4) Application Of Plan-Do-Check-Act Cycle For Quality And Productivity Improvement-A Review

(5) What Is Value-Based Healthcare?

 

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