A pandemia do novo coronavírus despertou ainda mais atenção para a importância da higiene das mãos tanto por parte dos profissionais de saúde quanto para a população em geral. Apontada como uma das medidas mais efetivas para evitar a infecção de COVID-19, manter as mãos higienizadas, sempre lavadas com água e sabão da maneira correta, e por meio de soluções como o álcool em gel, passou a fazer ainda mais parte do dia a dia de todos.
Nesta terça-feira, dia 5 de maio, comemora-se o Dia Mundial de Higienização das Mãos e o mundo inteiro promove atividades para conscientizar profissionais de saúde, governo e administradores hospitalares sobre a importância dessa etapa rotineira do cuidado.
Segundo dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), duas a cada cinco unidades de saúde não dispõem de instalações de higiene das mãos nas salas de atendimento, o que mostra que a higienização é um desafio contínuo da comunidade global.
Além disso, estudo (1) diz que mesmo com a ciência de que a higiene das mãos é um componente fundamental para a prevenção e o controle de infecções, o ato é frequentemente negligenciados pelos profissionais de saúde tanto em países desenvolvidos quanto nas nações em desenvolvimento, visto que as taxas de conformidade comumente não ultrapassam 20%.
Para facilitar a compreensão e a instrução dos profissionais de saúde, a OMS lista cinco momentos essenciais para higiene das mãos (2):
Essas recomendações, baseadas em evidências científicas, foram projetadas pela organização para diferentes aplicações.
Além disso, lavar as mãos exige atenção para que o ato seja de fato eficiente. Essa preocupação ganhou notoriedade na mídia e cidadãos comuns passaram a utilizar as regras usadas pelos profissionais de saúde para garantir a eficiência da higiene.
Isso significa que o ato de lavar as mãos deve envolver, segundo o CDC (Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) (3), as seguintes etapas:
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Importância das campanhas institucionais
O hábito rotineiro de higienizar as mãos pode levar a falhas no processo de limpeza devido ao ato se tornar automático. Um estudo (4) realizado no Vietnã mostra resultados positivos de campanhas contínuas para relembrar a importância dessa etapa do cuidado.
Entre os anos de 2010 e 2018, uma equipe observou 43.711 oportunidades de higienização das mãos no Hospital Hung Vuong, maternidade com 900 leitos na Cidade de Ho-Chi-Minh. No início da pesquisa foi instituída uma estratégia de promoção da higiene das mãos para aumentar a adesão à prática, que estava abaixo do esperado. Com ações contínuas e repetitivas, o resultado foi positivo.
A conformidade aumentou de 21,5% em 2010 para 75,1% em 2018 e o estudo também apontou que a incidência de infecções associadas aos cuidados de saúde diminuiu de 1,10 para 0,45 eventos a cada 1.000 pacientes-dia no período. Os pesquisadores também observaram reduções significativas no número de infecções do sítio cirúrgico após cirurgia ginecológica e de endometrite após o aborto.
Campanha da OMS
Neste ano de 2020 a OMS lançou a campanha “Salve Vidas: Lave as mãos”, sempre dando ênfase aos profissionais de enfermagem e às parteiras, já que a organização declarou que este ano seria o ano dessas categorias da saúde.
Segundo a entidade, a higiene está entre os principais desafios apontados pelas Nações Unidas para os próximos dez anos. Assim, a OMS convoca todos os profissionais de saúde e, também, o público geral para que se unam a fim de celebrar e capacitar enfermeiros e parteiras quanto à sua atuação na prevenção de infecções associadas aos cuidados de saúde.
Referências:
(1) Hand hygiene and the novel coronavirus pandemic: The role of healthcare workers
(2) Infection prevention and control – My 5 Moments for Hand Hygiene – OMS
(3) When and How to Wash Your Hands
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