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Incidente comum entre idosos causa morte em 20% dos casos

Incidente comum entre idosos causa morte em 20% dos casos
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Especialista explica porque uma queda pode ser pior que muitas doenças para idosos

 

Idosos em Risco

Doenças acumuladas ao longo da vida em um corpo que já não realiza todas as funções como deveria pode parecer o principal problema de saúde entre idosos. No entanto, existe um incidente que é tão perigoso quanto qualquer doença crônica: a queda.

Comuns e perigosas, elas podem levar até à morte dependendo da gravidade. Só para se ter uma ideia, aproximadamente 20% dos idosos que sofreram fratura de quadril após a queda morrem em um ano, conforme explica o especialista Dr. José Eduardo Pompeu, do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da USP.

“As quedas mais perigosas são aquelas associadas a fraturas do colo do fêmur. Diferentemente dos jovens, os idosos sofrem fraturas por traumas de baixa energia devido à fragilidade óssea que pode se desenvolver com o avanço da idade. As mulheres são mais susceptíveis à osteopenia e à osteoporose devido a questões hormonais. As quedas estão relacionadas com cerca de 20 a 30% dos ferimentos leves e correspondem entre 10 a 15 de todos os atendimentos de emergência”, afirma Pompeu. “O índice de morte associado a quedas aumenta com a idade. Os homens apresentam maior índice de morte associado a quedas que as mulheres em todas as idades. A incidência de fraturas do quadril é mais alta nas mulheres, porém a mortalidade decorrente deste tipo de fratura é maior nos homens”, completa ele.

Pela sua gravidade e também pelo fato de ser inesperada, evitar a queda deve ser uma das prioridades na orientação de profissionais a pacientes idosos. “Os principais fatores de proteção contra quedas são as mudanças ambientais e comportamentais. A mudança comportamental para um estilo de vida mais saudável e ativa contribui para a melhora das condições de saúde do idoso e consequente redução do riso de quedas. A educação em saúde no sentido de estimular o autocuidado contribui para o envelhecimento ativo e saudável”, afirma Dr. Pompeu.

Oriente o paciente para uma casa segura

Outro fator a ser considerado é o ambiente em que o paciente vive. Pequenas adaptações dentro de casa podem ser sugeridas e reduzem drasticamente os riscos. “Orientações simples como a retirada de tapetes ou a colocação de fitas antiderrapantes embaixo dos mesmos, retirar fios do meio do caminho, evitar deixar animais domésticos soltos sem supervisão em locais de circulação de idosos, instalar lâmpadas com boa luminosidade, deixar um abajur ao lado da cabeceira da cama ou um ponto de luz durante a noite, instalar barras de apoio nos banheiros, substituir box de vidro por cortinas, substituir pisos escorregadios, aumentar a altura do assento do sofá e da cama, colocar faixas antiderrapantes, instalar corrimão nas escadas e melhorar a distribuição da mobília no sentido de evitar obstáculos no caminho do idoso. Além disso, é importante orientar o idoso a evitar possíveis comportamentos de risco, a diminuir a ingestão de bebidas alcoólicas e buscar avaliação médica para a adequação do uso de medicamentos”, descreve o especialista.

O papel da família também é muito importante no processo para garantir a segurança do idoso. Por isso, cabe também aos profissionais dar atenção aos acompanhantes e orientá-los a incentivar o idoso a realizar atividade física regular, de preferência sob supervisão de um fisioterapeuta, visando melhorar o controle postural dos idosos e reduzir a ocorrência de quedas.

Reabilitação

Recuperar pacientes depois de uma queda é um desafio ainda maior quando se trata de um idoso. Consequências físicas e psicológicas causadas pelo episódio devem ser avaliadas e serão determinantes durante a reabilitação. “Devido aos declínios fisiológicos e funcionais que ocorrem com o envelhecimento, os idosos apresentam menores reservas que os jovens e deste modo, demoram mais para responder ao programa de reabilitação que os jovens, mas isso não significa que não existe a possibilidade de recuperação”, afirma.

“Quedas associadas a fraturas requerem procedimentos cirúrgicos, sendo o mais frequente a artroplastia total de quadril. Trata-se de uma cirurgia de grande porte que requer, muitas vezes, longos períodos de reabilitação. Após a cirurgia os pacientes recebem sessões de fisioterapia com o objetivo de promover analgesia e, principalmente, estimular o ortostatismo e a marcha precoces, pois o maior vilão para a recuperação do idoso é o imobilismo”, relata Pompeu.

“Outro fator associado com o pior prognóstico do idoso pós-queda é o medo de cair. O idoso que tem medo de cair novamente acaba limitando sua mobilidade e, deste modo, fica exposto aos riscos do imobilismo, o que pode prejudicar ainda mais o seu equilíbrio. Há vários estudos mostrando que exercícios específicos de treinamento sensório motor associados a exercícios resistidos podem melhorar o controle postural de idosos e reduzir o risco de quedas”, completa o especialista.

https://www.youtube.com/watch?v=unSSly88pzA

 

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