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Juntar estudantes de enfermagem e de medicina para aprender sobre comunicação interprofissional é boa estratégia

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Estudo piloto fez esse teste e concluiu que essa união de diferentes categorias profissionais pode, inclusive, melhorar as perspectivas do trabalho em equipe 

Considerando que a comunicação é um fator importante para a melhoria da assistência e a garantia da segurança do paciente, pesquisadores da Alemanha investiram em um estudo piloto voltado a compreender se estudantes de enfermagem e de medicina poderiam aprender, juntos, sobre como melhorar a comunicação interprofissional. Para isso, os especialistas desenvolveram um treinamento específico e, na sequência, testaram as conquistas obtidas. 

Para tornar o processo mais assertivo, o estudo se concentrou em melhorar a comunicação de erros de medicação, que ocorrem, segundo a literatura, mais de 237 milhões de vezes ao ano na Inglaterra. 

Foram selecionados, então, 221 estudantes, sendo 67 do primeiro e segundo anos de enfermagem e 154 do terceiro ano de medicina (importante observar que o processo de formação profissional na Alemanha é diferente do Brasil e, para uma tropicalização desse estudo, é necessário fazer essa avaliação). A média de idade era de 24 anos e a maioria era mulher.  

Esses participantes foram divididos em dois grupos. O grupo de controle recebeu apenas material didático on-line e guias de conversação sobre comunicação interprofissional. Já o grupo de intervenção, além desses materiais, participou de sessões de simulação de 90 minutos e palestras em um treinamento desenvolvido por uma equipe multidisciplinar composta por psicólogos e enfermeiros com experiência em segurança do paciente e cuidados clínicos. 

Para o treinamento, foram selecionados três casos reais de erros de medicação notificados no país. O primeiro tratava de um paciente com câncer de colo e a incerteza de que o medicamento quimioterápico correto foi administrado; o segundo envolvia um paciente com infecção grave e a dúvida se havia sido administrado o antibiótico errado; e o terceiro de um paciente oncológico em preparação para quimioterapia devido à troca de exames laboratoriais. 

Diante desses cenários, na simulação os alunos tinham de comunicar o erro de forma clara e honesta, baseando-se em fatos e, depois, sustentar a situação. 

Após ministrar o treinamento, o estudo buscou examinar a eficácia da intervenção e checar se ela era capaz de promover melhorias nas atitudes interprofissionais e nas competências de comunicação autorrelatadas. 

Os pesquisadores desenvolveram uma escala própria para o comparativo e chegaram à conclusão de que todas as pontuações médias melhoraram após o treinamento, sendo que no grupo de intervenção foram observadas melhorias significativas nos critérios “comunicação de erros interprofissionais” e “trabalho em equipe, papéis e responsabilidades”. Já no grupo de controle, houve uma melhoria mais tímida somente em “comunicação de erros interprofissionais”. 

Com isso, o estudo sugere que alunos dos cursos de enfermagem e medicina podem estudar juntos para melhorar as habilidades de comunicação e que essa estratégia ainda contribui para uma atitude positiva desses profissionais em relação ao trabalho em equipe. 

Referência: 

(1) Interprofessional communication skills training to improve medical students’ and nursing trainees’ error communication – quasi-experimental pilot study 

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