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Que tal customizar o Checklist para Cirurgia Segura de acordo com a realidade da instituição?

Que tal customizar o Checklist para Cirurgia Segura de acordo com a realidade da instituição?
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Uma das estratégias para aumentar as taxas de conformidade do Checklist para Cirurgia Segura está em investir em uma customização de acordo com a realidade de cada instituição. É o que diz um projeto de melhoria que trabalhou para identificar problemas e então redesenhar estratégias a fim de que as equipes atuantes nas alas de cirurgia dos hospitais conseguissem cumprir o que dita as listas de verificação.

Antes de prosseguir, é importante relembrar que o Checklist para Cirurgia Segura foi criado em 2008 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a fim de reduzir os índices de mortalidade e morbidade pós-operatórias em todo o mundo. Porém, ainda hoje, quase 15 anos após o lançamento, ainda existem muitos desafios para a adesão à essas recomendações.

De acordo com o projeto de melhoria (1) que foi publicado no British Medical Journal em novembro de 2021, as principais complicações perioperatórias ocorrem a uma taxa de 3% a 17% no mundo. Além disso, a mortalidade para cirurgias varia de 0,4% a 0,8%. Entre os principais problemas estão: paciente, procedimento ou local da cirurgia incorretos; falta de equipamento; perda de sangue não prevista; equipamento não esterilizado; e equipamento indisponível.

A proposta, obviamente, era melhorar o checklist. Para isso, uma equipe multidisciplinar composta por enfermeiros, anestesistas, cirurgiões e gestores identificou alguns pontos a serem observados com atenção: o formulário era complicado e tinha um layout ruim; a equipe não fazia uma pausa pré-agendada e formal para preencher o checklist; e havia falta geral de adesão das equipes.

Assim, uma das primeiras medidas adotadas no projeto foi criar um novo formulário, em novos formato e estrutura. Nessa alteração, uma mudança bastante importante. Antes existiam apenas dois estágios implementados: pré-incisão e pós-operatório. O projeto, então, criou uma terceira etapa: antes da limpeza. Ou seja, antes mesmo de liberar o paciente, era preciso fazer uma verificação de segurança.

Assim, usando Plan-Do-Study-Act (PDSA), o primeiro ciclo se concentrou na implementação desse novo formulário, o segundo na modificação do preenchimento do checklist, o terceiro focou na nova etapa implementada (antes da limpeza) e o quarto e último ciclo trabalhou para reforçar todo o processo.

Como resultado, o projeto conquistou um salto de melhoria da conformidade de 3,5% para 63%. Importante enfatizar que se trata de um árduo trabalho que exige coordenação e cooperação da equipe multidisciplinar que precisa estar integrada aos mesmos propósitos dentro de uma cultura uniforme.

Dessa forma, podemos perceber que investir em uma customização do checklist para atender às demandas mais específicas de cada instituição – considerando seu porte e o tipo de cirurgia que realiza – pode ser um fator de melhoria real, ou seja, com um checklist preparado por e para aquela equipe, a adesão tende a ser maior.

Referência:

(1) Surgical safety checklist audits may be misleading! Improving the implementation and adherence of the surgical safety checklist: a quality improvement project

 

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