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Safety Huddle como ferramenta estratégica para a segurança do paciente

Safety Huddle como ferramenta estratégica para a segurança do paciente
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IBSP: Segurança do Paciente - Safety Huddle como ferramenta estratégica para a segurança do pacienteConhecer todos os processos a fim de identificar forças e fraquezas em cada protocolo institucionalizado é um dos melhores caminhos para a prevenção de erros. Antecipar possíveis falhas, identificando-as antes mesmo de acontecerem, colocá-las em debate junto às equipes multidisciplinares e, então, investir em ações de melhorias são os direcionamentos do Safety Huddle como ferramenta estratégica para ampliação da qualidade do atendimento e da segurança do paciente.

Outra competência agregada ao Safety Huddle é a confiabilidade. Ao melhorar a comunicação entre os departamentos, solucionando problemas operacionais e se concentrando em métricas de segurança e qualidade, a instituição se direciona para um reconhecimento de alta confiabilidade. 

Publicado em 2018 pelo The Joint Commission Journal on Quality and Patient Safety (1), um estudo observou o desenvolvimento do Patient Safety Huddle em um hospital comunitário da Califórnia, nos Estados Unidos. O objetivo da instituição era criar uma ferramenta para aumentar a conscientização de segurança entre os profissionais na linha de frente do cuidado promovendo a cultura de segurança do paciente. Para isso, visava conectar líderes de todo o hospital.

Como resultados, a entidade conquistou melhorias significativas nas principais métricas analisadas; viu a conformidade com as diretrizes para higienização das mãos melhorar; observou queda no número de infecções; diminuição de 50% na mortalidade geral; e aumento de 14,9% no grau de satisfação dos pacientes internados.

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Como incentivar a adesão – Ferramentas como o Safety Huddle somente funcionam com maestria se a adesão dos profissionais envolvidos nos processos for alta. O IHI (Institute for Healthcare Improvement) apresentou a experiência (2) do Hospital Universitário Hairmyres, na Escócia, com um grupo que se reúne voluntariamente todos os dias às 8h15. Com cerca de 500 leitos, a instituição nomeou o grupo de segurança do paciente com um título não tão comum: The Onion (A Cebola, na tradução literal para o português). Por que esse nome foi o escolhido? Pois, na visão dos integrantes, é preciso remover as camadas dos problemas dia após dia como se eles fossem uma cebola.

Os encontros diários duram entre 20 e 30 minutos e visam responder à duas perguntas principais: 

1. Você teve algum problema de segurança do paciente nas últimas 24 horas?

2. O que podemos fazer hoje para proteger nossos pacientes?

Uma das características marcantes do grupo é o fato de ser realmente multidisciplinar, envolvendo enfermeiros, profissionais dos departamentos de radiologia, dos ambulatórios e das áreas clínicas. Por muitas vezes as reuniões também recebem os paramédicos das equipes de ambulâncias. Ao todo, comparecem, em média, 30 pessoas.

No geral, o médico ou enfermeiro mais graduado do grupo lidera a reunião. Colocar, para comandar, um membro da área clínica (e não um gestor) foi uma decisão estratégica. Todos os apontamentos são escritos em um flip-chart e quem poderá solucionar cada um desses comentários também tem seu nome anotado. Além disso, as reuniões são utilizadas para dar feedback dos problemas citados na reunião anterior. E essas informações são consolidadas diariamente em um e-mail encaminhado à toda a equipe.

Os resultados das reuniões diárias do The Onion apontados no portal do IHI incluem melhoria no fluxo de trabalho do hospital, padronização das taxas de mortalidade, redução do número de eventos surpresa, proximidade entre as equipes clínicas e técnicas (como, por exemplo, os membros das áreas de TI que também participam das reuniões para ouvir as queixas dos usuários dos sistemas), melhoria no engajamento dos times e da cultura corporativa.

Os cases de sucesso são sempre envoltos em estratégias bem escritas para a implementação deste tipo de projeto, ampliação do engajamento dos profissionais e monitoramento dos resultados.

Referências:

(1) Using the Patient Safety Huddle as a Tool for High Reliability

(2) How to Conduct Safety Huddles That Stick

 

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