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Saiba como evitar intervenções desnecessárias em internações

Saiba como evitar intervenções desnecessárias em internações
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Diminuir procedimentos desnecessários e evitar erros médicos faz do hospitalista uma peça chave para a segurança do paciente

 

Neil Winawer, médico hospitalista e professor da Emory University, em Atlanta, nos Estados Unidos, esteve presente no Simpósio Internacional de Qualidade e Segurança do Paciente, realizado pelo Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente em parceria com o Movimento Hospitalista de Futuro.

Durante o evento, ele bateu um papo com o IBSP e contou como o papel do médico hospitalista é decisivo para a segurança do paciente. Confira a entrevista exclusiva.

IBSP – O que é mais importante na literatura médica que precisa ser incorporado na condução de pacientes hospitalizados em termos de segurança do paciente?
Neil Winawer – Há uma série de intervenções voltadas à saúde do paciente, como a profilaxia de tromboembolismo venoso, que tem muito a ver com estar consciente das intervenções que se pode fazer. Muitas vezes, um paciente tem um cateter de urina (sonda vesical) colocado no hospital, talvez ainda na emergência, mas os médicos não se dão conta que algum problema possa ter ocorrido com esse cateter, seja ele urinário ou ainda os de corrente sanguínea. Portanto, acredito que essa seja uma das áreas de melhoria que precisa sair da literatura e estar presente no dia a dia dos médicos e enfermeiros no hospital. Precisamos revisar quais pacientes têm cateteres, quais não precisam mais deles e remover itens desnecessários que podem potencialmente provocar infecções hospitalares.

IBSP – Como hospitalistas podem minimizar intervenções desnecessárias?
Neil Winawer – A primeira coisa e a mais importante é saber qual é a indicação para essas intervenções. Se você está realizando algum procedimento que não têm base em evidências, provavelmente é desnecessário. Isso porque se não há evidência que justifique, pode ser que você, como médico, esteja atuando por “cultura” ou por simplesmente acreditar que pode ajudar o paciente. Há ainda aqueles médicos, que por pior que isso pareça, promovem uma intervenção porque esta gera receita. Isso ocorre muito nos Estados Unidos, onde existe um forte componente de pagamento de taxa por serviço (“Fee-for-service”). O mais importante, no entanto, é compreender o que a evidência científica sugere e, então, usar essa evidência para guiar quais procedimentos são indicados.

IBSP – Quais os principais erros que podem ser facilmente evitados se a equipe médica e multidisciplinar atuar com foco no paciente?
Neil Winawer – Esta é uma pergunta difícil, acho que, mais uma vez, tem a ver com saber quais coisas são indicadas e quais não são, e ter todo mundo na mesma página, entendendo o que deve ser feito e o que não deve. O que mencionei antes sobre o cateter é um exemplo perfeito. Se os enfermeiros estão cientes, eles podem chamar a atenção dos médicos: “por que estamos fazendo isso? Qual é a razão para o cateter?”. E o médico pode responder “está certo, vamos remover”. Assim, todo mundo está atento à segurança do paciente, evitando o mínimo de intervenções para evitar infecções. E isso ajuda muito a manter os pacientes seguros.

 

Saiba mais:

 

Confira como foi o I Simpósio de Qualidade e Segurança do Paciente, do IBSP:

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