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Segundas vítimas – Estratégias de enfrentamento beneficiam profissionais, pacientes e sistema

Segundas vítimas – Estratégias de enfrentamento beneficiam profissionais, pacientes e sistema
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IBSP: Segurança do Paciente - Segundas vítimas – Estratégias de enfrentamento beneficiam profissionais, pacientes e sistemaEventos adversos prejudicam pacientes e cuidadores, mas também geram danos a profissionais de saúde, costumeiramente identificados como segundas vítimas. Para entender mais a fundo o comportamento desses profissionais diante das situações críticas, uma meta-análise (1) checou quais têm sido as principais estratégias de enfrentamento aplicadas nas unidades de saúde.

Foram observados 11 artigos e 14 estudos da literatura médica internacional e as estratégias de enfrentamento mais identificadas foram segmentadas em três perfis diferentes: 89% das segundas vítimas demonstraram aplicar estratégias voltadas às tarefas, ou seja, trabalharam a mudança de atitude no trabalho, passaram a seguir as políticas e diretrizes de forma mais precisa e próxima e a prestar mais atenção aos detalhes, solicitando, inclusive, mais testes; outros profissionais se dedicaram a estratégias orientadas pela emoção, que envolvem criticar a si mesmo e fazer uma reavaliação positiva. O terceiro perfil está relacionado a estratégias para evitar o assunto, porém foram poucos os relatos de tentativas de esconder o erro, recusar conversar sobre o tema, evitar pacientes e familiares, tentar se esquivar de procedimentos e utilizar medicamentos, álcool ou drogas como forma de fugir daquele cenário.

Ao compreender qual o impacto dos eventos adversos no psicológico desses profissionais, o estudo enfatiza que sentir raiva de si mesmo, se arrepender, sentir remorso, constrangimento e culpa são reações psicológicas comuns. Porém, considerando que a maioria dos relatos leva a estratégias de enfrentamento orientadas para as tarefas, o estudo sugere que as segundas vítimas estão comprometidas com o gerenciamento das consequências dos eventos adversos ao trabalhar para melhorar o próprio desempenho no ambiente de trabalho, reconhecendo suas responsabilidades diante dos fatos. Não há vestígios de passividade, impotência ou falta de responsabilização por parte desses profissionais.

Profissionais, pacientes e sistemas

Todos são impactados pelos eventos adversos, bem como pelas estratégias adotadas para seu enfrentamento. A meta-análise relata que, para os profissionais de saúde, boas estratégias podem levar a melhor ajuste psicológico, reduzindo o estresse gerado pelo erro assistencial e evitando perdas emocionais, cognitivas e comportamentais.

Além disso, estratégias adequadas estimulam, nos profissionais, comportamentos que geram bem-estar aos pacientes e podem otimizar os sistemas de saúde ao melhorar o desempenho das unidades de atendimento.

Educação continuada

O IBSP tem, em sua vitrine de ensino à distância, um curso autoinstrucional dedicado à abordagem à segunda vítima de evento adverso, ou seja, aos profissionais de saúde que acabam envolvidos, direta ou indiretamente, em eventos adversos que podem desencadear traumas e sofrimento.

O programa do curso traz conceitos básicos sobre saúde do trabalhador e sua relação com a segurança do paciente e fala, também, sobre a trajetória de recuperação, propostas de abordagem e modelos de apoio às segundas vítimas.

Ministrado por Luisa de Sordi, enfermeira especialista em oncologia e gerenciamento de enfermagem e mestranda no programa de pós-graduação em gerenciamento de enfermagem pela USP, o curso tem duração de 15 dias e está com inscrições abertas. Clique AQUI para saber mais.

Referências:

(1) Dealing With Adverse Events: A Meta-analysis on Second Victims’ Coping Strategies

#saudemental

 

 

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