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Sobrecarga de trabalho gera erro e doença no enfermeiro

Sobrecarga de trabalho gera erro e doença no enfermeiro
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Impacto da sobrecarga de trabalho no profissional de enfermagem

Profissionais de enfermagem com sobrecarga de trabalho cometem mais erros e isso ocasiona maior risco de eventos adversos em pacientes hospitalizados, além de fazer com que esses trabalhadores aumentem consideravelmente a probabilidade de adoecer. Solange Caetano, presidente da Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE) e do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo (SEESP), comenta o assunto em entrevista exclusiva ao IBSP.

 

IBSP – Uma das grandes causas de erros em qualquer ambiente de trabalho é a sobrecarga. Em um hospital isso é problemático, pois erros causados por sobrecargas podem impactar na assistência a um paciente?

Solange Caetano – A sobrecarga de trabalho, por conta de longas jornadas e número reduzido de pessoal, tem sido um dos grandes causadores não só de erros de enfermagem como também do adoecimento dos trabalhadores. Uma vez que estas consequências mexem na qualidade de vida dos profissionais, obviamente também impacta na qualidade da assistência.

 

IBSP – Em uma UTI isso é ainda mais crítico?

Solange Caetano – Sim, pois estes pacientes são graves. Nesse estado crítico, demandam maior atenção e, claro, maior número de horas de enfermagem. Como a contratação de pessoal não é condizente com a necessidade, os profissionais acabam mais sobrecarregados.

 

IBSP – Por que é importante quantificar a carga de trabalho de enfermagem em uma UTI?

Solange Caetano – É necessário para direcionar a assistência, quantificar as horas e prestar um cuidado mais personificado objetivando o restabelecimento do mesmo.

 

IBSP – Para evitar que falte profissional (já que isso também é um custo), existem instrumentos de mensuração de carga de trabalho?

Solange Caetano – Existem sim, mas mais do que instrumentos é necessário regulamentação. Ou seja, a criação de legislação que obrigue as instituições a contratar de acordo com a necessidade.

 

IBSP – Quais os impactos negativos de sobrecarga de trabalho para o doente (eventos adversos) e para os profissionais (burnout, estresse)?

Solange Caetano – Para o doente, o impacto é na qualidade da assistência, com risco de erros de enfermagem e um maior período de internação. Para o trabalhador seria um maior risco de adoecimento, afastamentos e licenças, assédio moral e violência laboral.

 

IBSP – Pode dar dicas de como o profissional de enfermagem pode amenizar a sobrecarga de trabalho, garantindo a qualidade de seu trabalho e a segurança do paciente?

Solange Caetano – O problema da sobrecarga não pode ser repassado para o trabalhador. É de inteira responsabilidade do empregador/gestor. Podemos até falar sobre maior período de descanso, lazer, estar empregado em um único trabalho. Mas tudo isso só é possível se o trabalhador foi valorizado, inclusive financeiramente.

 

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