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Toxicologia: combinação de alopáticos com fitoterápicos pode ser bombástica

Toxicologia: combinação de alopáticos com fitoterápicos pode ser bombástica
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Alopáticos x Fitoterápicos

Toda e qualquer medicação pode causar efeito adverso. E a regra também vale para os fitoterápicos e até plantas medicinais. Quando se trata de medicina não convencional, por assim dizer, a falta de informação pode agravar e até potencializar esses males, principalmente quando esses medicamentos são associados a alopáticos.

De acordo com a farmacêutica Eliane Gil Rodrigues de Castro, do Centro de Assistência Toxicológica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o erro mais comum dos profissionais da área médica é não ter conhecimento de tais efeitos. “Um dos grandes problemas é subestimar o risco de efeitos adversos como resultado de interações farmacológicas entre os medicamentos à base de plantas e medicamentos convencionais, quando usados concomitantemente. As interações tanto podem diminuir a atividade terapêutica ou potencializar reações adversas”, alerta.

O fato de serem extraídos diretamente de recursos naturais faz com que alguns pacientes os rotulem como inofensivos e, algumas vezes, deixem de reportar o uso dos mesmos aos profissionais. “A premissa de que é ‘natural, portanto, não causa mal’, frequentemente, leva o paciente à prática da automedicação e aumento do risco de ocorrências de eventos adversos, erros terapêuticos, abusos e possíveis interações medicamentosas que podem comprometer a eficácia de um tratamento e causar danos graves à saúde”, completa Castro.

Outro problema é o uso incorreto das plantas medicinais, que pode causar problemas graves de intoxicações, tanto para humanos quanto para animais. “As plantas medicinais e tóxicas são, muitas vezes, consideradas como um só grupo, e as intoxicações dependem muito do tipo e da circunstância da exposição. Na medicina popular e na tradicional, a distinção entre uma planta medicinal e uma tóxica se faz pela observação dos sintomas apresentados pelo paciente”, explica a profissional.

Existe protocolo?

Como a variedade de plantas é praticamente infinita, não existe um protocolo padrão para esses casos, mas Eliane de Castro alerta que as orientações mais importantes são: não provocar vômito e manter o paciente hidratado. “As variáveis são diversas e o tratamento, geralmente, é sintomático e decidido com base no tipo de planta, na história detalhada do paciente, idade, doenças diagnosticadas, medicamentos dos quais faz uso, tempo decorrido do início da exposição até o aparecimento dos sintomas”, descreve.

As crianças fazem parte do grupo etário mais atingido quando se trata de intoxicação por plantas tóxicas. Geralmente, as intoxicações ocorrem por ingestão acidental, e os sintomas podem tardar a aparecer. Outras circunstâncias, como o consumo intencional (abuso, aborto, suicídio) podem levar a intoxicações agudas graves e risco de vida, necessitando de hospitalizações para o tratamento adequado.

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