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Escala de Caprini para tomada de decisão sobre profilaxia de TEV pós-cirurgia ginecológica

Escala de Caprini para tomada de decisão sobre profilaxia de TEV pós-cirurgia ginecológica
Tromboembolismo Venoso
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A aplicação do protocolo de estratificação do risco é realmente eficaz?

Qual o grau de assertividade da Escala de Caprini na estratificação de risco de tromboembolismo venoso (TEV) de pacientes que passaram por uma cirurgia ginecológica? Um estudo de coorte retrospectivo (1) analisou dados de procedimentos cirúrgicos eletivos realizados entre 2016 e 2021 para avaliar a eficiência do método na prevenção do TEV.

Considerando que o TEV é uma das complicações possíveis no pós-cirúrgico, aumentando morbidade, mortalidade e custos da assistência, entender as melhores formas de identificar pacientes de alto risco é fundamental.

Antes de seguir com as observações do estudo, é preciso relembrar como funciona a Escala da Caprini (2). Desenvolvido por Joseph A. Caprini, o protocolo utiliza uma abordagem híbrida embasada em evidências e consensos para analisar 38 variáveis. Com isso, cada paciente pode atingir o máximo de 82 pontos:

  • 0 a 2 pontos – Baixo risco
  • 3 a 4 pontos – Risco moderado
  • Mais de 5 pontos – Alto risco

Para avaliar o surgimento de TEV em até três meses após o procedimento cirúrgico, o estudo separou os 5.471 pacientes em dois grupos distintos: os que receberam profilaxia de TEV baseada na Escala de Caprini e aqueles que não receberam.

No grupo como um todo, a incidência de TEV até 90 dias após a cirurgia foi de 1,04%. Do total de pacientes avaliados, 29,6% passaram pela Escala de Caprini e receberam profilaxia. Entre aqueles que, no protocolo, atingiram 5 pontos ou mais — ou seja, que se enquadravam como alto risco — 39,2% receberam profilaxia. O resultado é que a aplicação do protocolo auxilia a equipe a prever a ocorrência de TEV no pós-operatório, permitindo uma intervenção positiva para evitar o quadro.

Por fim, o que o estudo considera relevante é que, apesar da incidência de TEV ter sido baixa nessa seleção (menos de 2%), aderir às diretrizes para avaliação de risco fornece mais benefícios do que danos às pacientes que enfrentam cirurgias ginecológicas.

Sobre a Escala de Caprini

Amplamente utilizada para avaliação de risco em pacientes cirúrgicos, a Escala de Caprini traz questionamentos sobre a idade e o sexo do paciente, bem como o tipo de cirurgia a que ele foi submetido. Cada resposta a essas perguntas tem uma pontuação específica.

Além disso, há outras 28 questões sobre os eventos recentes (como sepse, fratura de quadril, AVC, ou trauma); doenças venosas ou distúrbios de coagulação (como varizes, histórico familiar de trombose e trombocitopenia induzida por heparina); e questões relativas ao histórico presente e passado (como IMC, DPOC e infarto agudo do miocárdio).

Clique AQUI para baixar a Escala de Caprini.

Dessa forma, podemos considerar um caso hipotético de:

  • Paciente do sexo feminino, 65 anos, enfrentou uma laparoscopia de grande porte com tempo de anestesia geral acima de 45 minutos. Teve pneumonia recente, sofre com varizes, e tem histórico familiar de trombose. Mesmo com IMC acima de 25, não tem problemas com mobilidade, vivendo uma vida ativa.

Essa paciente somaria 10 pontos na Escala de Caprini, o que representa um risco aumentado e, portanto, haveria recomendação de profilaxia.

Referências

(1) Caprini assessment utilization and impact on patient safety in gynecologic surgery

(2) Estratificação do risco de tromboembolismo venoso

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